Tuesday 22 September 2015

Às vezes...

"Às vezes, morrer de saudades é a única forma que encontramos de voltar à vida"
‪#‎anacristinapinto‬


"Preciso de escrever para me sentir viva."

A entrevista no Blog do FI.




Ana Cristina Pinto escreveu e publicou "A Guardiã - O livro de Jade do Céu" (editado este ano pela Capital Books). Depois de ler o seu livro, falei com a autora numa entrevista informal, onde até conversámos sobre cinema. 




- "A Guardiã" fala-nos de História, religião e ciência. Foi fácil conjugar estes três temas?


Antes de mais, obrigada pelo convite para falar da Guardiã no teu blog. Tenho a noção de que és um jovem escritor muito talentoso e promissor e por isso, para mim é uma honra aceitar.
Respondendo à tua primeira pergunta posso dizer-te que de facto não foi difícil juntar história, religião e ciência. Pelo contrário. Juntar estes três “ingredientes” foi muito fácil, porque se reparares bem a história também é religião e a religião também é ciência. O que foi difícil foi ligá-los entre si, como se de um puzzle se tratasse. Isso sim foi difícil. Exigiu muita pesquisa e abertura de espírito. Penso que essa abertura de espírito também é necessária para quem lê “A Guardiã”.


- A minha passagem preferida do livro acontece quando o demónio Kasbel revela o que sucede aos humanos quando chegam ao seu inferno. A Ana Cristina tem também alguma parte favorita?


Tenho. Adoro o capítulo da noite da festa em casa do Baltazar, porque aí o Michel (Miguel) revela o seu lado encantador e profundamente conhecedor das pessoas e do mundo. Ele é de facto um sedutor e eu ter-me-ia apaixonado por ele se estivesse no lugar da Luana. E adoro também toda a aventura na Jordânia. Senti-me lá, literalmente.

- Neste livro leva-nos a viajar por Portugal, Jordânia e Avalon. Para onde poderá levar-nos a seguir?

Bom, a seguir a história parou em New Orleans. Uma cidade também muito especial, cheia de mistério e sedução. É exactamente nessa cidade que a aventura de Luana é retomada, mas mais uma vez a Guardiã será levada a outras partes do mundo, como Londres por exemplo.


- Para quem já leu este seu primeiro livro, penso que há uma questão que se levanta no final: continuaremos a acompanhar estórias do Michel... ou da própria Guardiã?


Sim. Eu continuo nesta relação muito íntima com eles e sei que a Luana, o Miguel e o Gabriel têm ainda muito o que contar.


- Falando agora de outros livros. O que tem lido ultimamente? O que nos sugere?


Tenho tentado ler sobretudo autores portugueses. Tive o privilégio de conhecer nos últimos meses bons autores portugueses, que estão no início das suas carreiras. Filipe Vieira Branco , MBarreto Condado, Luís Ferreira, Pedro Santos Vaz, Paulo Caiado e Rui Calisto e li outros já mais conhecidos e aclamados como José Luís Peixoto e Luís Miguel Rocha, por exemplo. Todos eles, mais ou menos conhecidos, são autores ao nível da excelência e que eu recomendo com muita convicção. Sugiro 1 livro em particular: Yggdrasil, Profecia do Sangue de MBarreto Condado. É uma autora que vale a pena descobrir, sobretudo para os amantes do Fantástico que são cada vez mais. E correndo o risco de parecer que estou a dar graxa sugiro também o teu. “O Dia em que Nasci” de Filipe Vieira Branco. Acho que é absolutamente imperioso apoiar os novos autores. Temos muitos que são muito bons. Tal como tu e o Luís Ferreira que escreveu também uma história belíssima à volta do caminho de Santiago. “Entre o Silêncio das Pedras” é pois, mais um livro que eu recomendo.


- E dentro do género fantástico, onde podemos inserir o seu livro, tem algum autor favorito?

Tenho. Em português, um autor já com provas dadas, Filipe Faria e a autora que já referi, MBarreto condado. Ela tem uma história fabulosa no livro “Yggdrasil, Profecia do Sangue”. Lá por fora, claro que me rendo ao Tolkien e a George R.R.Martin mas não posso deixar de fora a maravilhosa Marion Zimmer Bradley. Quem leu “ As Brumas de Avalon” sabe exactamente de quem estou a falar.


- Se o livro "A Guardiã" fosse adaptado ao cinema, que actriz gostaria de ver no papel de Luana?


Essa é a pergunta verdadeiramente fantástica. Seria necessário muito mais do que escrever a melhor história de sempre para que algo assim pudesse acontecer. Seria preciso antes de mais que este livro tivesse uma visibilidade que como sabemos, dadas as condicionantes do mercado, não tem. Mas se porventura isso acontecesse eu gostaria de ver a Keira Knightley no papel de Luana e se falarmos em actrizes portuguesas, então a minha escolha recairia sobre a Sofia Ribeiro. E vivam os sonhos. 





- E já agora, que actores poderiam dar vida aos arcanjos Gabriel e Miguel?

Atendendo às características físicas dos dois arcanjos, Ben Stiller ou Keanu Reeves no papel de Miguel e Jude Law no de Gabriel. Em português Paulo Pires a dar vida ao Gabriel e o charmosíssimo Filipe Duarte a encarnar o Arcanjo Miguel, seria perfeito. Mais uma vez: Vivam os sonhos! 


- O futuro passa pela publicação de outro livro? Que projectos pode revelar?


Não faço a mínima ideia por onde passa o futuro. Eu gostaria muito de voltar a publicar. Sei que vou continuar a escrever, isso sem qualquer dúvida, até porque preciso de o fazer para me sentir viva. Quanto a futuras publicações, há muitos factores a equacionar. Hoje tenho comigo a Capital Books que fez um trabalho excelente na edição e que me proporcionou entrar nesta aventura de levar o que eu escrevo a mais leitores. Tem sido uma experiência muito boa, muito interessante e nem por um segundo me arrependo. Mas quando se fala do futuro, não se pode falar com certezas. O futuro a Deus pertence, não é assim? 
E já agora só para terminar quero dizer-te, Filipe, que te desejo toda a sorte e sucesso do mundo. A ti e a todas as pessoas que trabalham e acreditam no seu trabalho. Obrigada.