Wednesday 27 May 2009

Manéla...Éla...Éla...



Manuela Moura Guedes pertence efectivamente a uma tipologia de indivíduos que acha que 'tem uma palavra a dizer', que é o mesmo que dizer "eles tem de me ouvir". Está na função errada para o efeito. Tivesse um blog. Esta tipologia é no fundo a da pessoa manienta que sugere a ideia "se eu mandasse...", que é o mesmo que dizer "se eles estivessem sob o meu comando absoluto seriam todos altamente sodomizados". Resíduos sádicos e retorcidos daquilo que pode muito bem ter sido uma adolescência sonhadora em que se viu abandonada por todos no pátio do liceu logo no 1º dia de aulas porque era demasiado chatinha. Deixam-lhe o discurso cortado, ficando apenas o vento a fazer chiar o balouço da última colega em fuga. Mas então, é ali que escolhe a sua vocação. [Plano de câmara sobe na vertical destacando o(a) protagonista no pátio vazio... numa cidade vazia] Manéla!Éla-Éla-Éla!(*) Ela ia falar sob as luzes dos holofotes... ser uma estrela... ser ouvida no mundo inteiro... (ouve-se o prenúncio de um musical à Gene Kelly]... ser grande dentro de uma caixa pequenina [música pára). Plano cai duramente a pique], dentro de uma caixa pequenina que entretanto enfiaram na cozinha... por baixo da caixa do esparguete... porque lá em casa cada um tem o seu portátil [câmara estatela-se secamente no chão, aos pés da protagonista]. Mas para a Manéla a escolha é perfeita porque láaa... lá na televisão... ao menos não ouvirá ninguém a mandá-la calar, e este tipo de ser humano acima de tudo gosta muito é de se ouvir a si próprio. Manuela Moura Guedes, ou M.M.G. como me apraz chamá-la... na realidade queria era ter sido deputada parlamentar, mergulhada no desejo (não) muito secreto de corresponder ao ideal da mulher culta e intelectual, de ser reconhecida e valorizada narcisicamente- as palminhas dos comparsas de bancada e ouvir a própria voz ressoar no hemiciclo... tão bonito. Não deu, e portanto sublimou a fantasia cantarolando insistentemente no Karaoke dos jantares de trabalho do marido emitidos em directo. Ele sorri e bate palminhas à Manéla, dizendo que está muito orgulhoso, o mentiroso (riso engasgado).

Com o avançar da idade, o dinheiro e a possibilidade da excentricidade, criam-se as condições para o eclodir do capricho egóico. Que nestes especímes assume a forma de profundo mau gosto emocional, intelectual e orgânico. O delírio maníaco toma conta e de repente os 10 milhões de portugueses não querem bem ouvir as 5 figuras políticas que se encontram no estúdio. Não é bem isso. Os 10 milhões de portugueses querem é ouvir o que a M.M.G pensa sobre legislação laboral e sobre o Governo de Sócrates. As pessoas não querem saber se o preço do combustível volta a estourar amanhã para ir encher os depósitos antes da meia noite, quando a verdadeira incógnita está naqueles pneus que ela tem no lugar dos lábios. Quando é que aquilo explode... é o que os olhares redondos, parados e expectantes aguardam há anos, em directo, no escurinho da sua sala.

Acredite o meu amigo leitor, caso não tenha esbarrado com esta senhora lá por sua casa nos últimos tempos, é impossível nomear adjectivos suficientes para ilustrar a falta de profissionalismo, a deselegância humana. Esta noite vimos a postura de uma Júlia Pinheiro na quinta dos animais a rasar a adolescente americana muito loura que diz 'Duh-Uh!'. Vergonhosa a prestação de quem preside actualmente o telejornal de um canal nacional com a postura de um João Kleber em 'fiel ou infiel'. Tremo assustada, antecipando que já nos próximos meses se desenrole uma cena de no intervalo coçar os dedos dos pés em cima dos gráficos do Dr. Pedro Santana Lopes. Meus Senhores, o que está ali é uma verdadeira micose da televisão portuguesa, que ainda se lembrará como partilhar uma mesa com gente crescida por lapso casuístico. Ser má pivot é o menor dos problemas.Trata-se de uma má [e mal formada] profissional, e entra na minha televisão todos os dias. Mesmo não a vendo... sei que ela lá está... num dos canais do lado, a fantasmatizar a minha programação. Morro de medo que os seus dedinhos pixelizados atravessem a programação e me contaminem a TV2 ou o que sobra de bom na 1. Se o comando é meo quero, EXIJO, descontar na factura mensal aquele esquilo a vangloriar-se porque"tem uma palavra a dizer". NÃO-NÃO TEM! PARA MIM NÃO TEEEEM!



Deêm licença... a minha terapeuta diz que estas coisas fazem mal à nossa
essência.... vou agarrar numa raquete.... e numa almofada... e expressar toda a minha raiva, antes de entoar o meu mantra.