Tuesday 30 September 2014

Na lista enorme das "coisas" que eu amo: Keane.

Vanity publishing



«Publicação da vaidade» (ou como quem diz: A arte de editar livros que até podem não valer um caracol mas editam-se na mesma porque a editora não tem nada a perder.)

O que há para dizer? Assim de repente o que me ocorre é: Não gosto. E não gosto porque não considero que isso seja publicar livros. Já recebi várias propostas de vanity. Vários e-mails das editoras, dizendo “ Gostámos muito do seu original, achamos que tem potencial editorial e temos todo o interesse na sua publicação”.

….mas… e lá vem o “mas” aporrinhador, o empata fodas, o desmancha prazeres…mas… apenas se eu passar umas notas porreiras à editora porque: “(…) como deve compreender, a editora não pode suportar os riscos inerentes à publicação de um autor desconhecido”.

Ahhhh…então é assim que funciona! Primeiro pagas e não bufas. Ou seja: Tu dás dois anos da tua vida para escrever uma estória, fazes noitadas, directas, perdes horas em pesquisas disto e daquilo, depois envias para as editoras que te dão primeiro a boa noticia: “ Sim!, Sim!, Sim!” (Lembram-se daquele anúncio da gaja a lavar o cabelo com Herbal Essences? É quase isso.), e logo a seguir a má : “ arrisca tu, que nós só cá estamos para ficar com 90% do PVP, e nem nos vamos preocupar muito com a distribuição porque: há uma, nem são tantos exemplares assim, há duas, já estão pagos e há três, o pior que pode acontecer é correr mal, mas para nós corre sempre bem.
Ah é? Ok. Tudo bem. Amigos como dantes. Olha, o meu original vai continuar na sombra porque eu não vou pagar para que ele veja a luz do dia. Ponto. Se alguma vez se publicar alguma coisa minha, será porque é realmente bom e não porque eu “subornei” alguém para isso.

É isto mesmo: O Vanity Publishing soa-me quase a suborno.

Quem o defende até usa bons argumentos. Reparem: É uma boa maneira de o autor ir ganhando nome, confiança, habilidade na escrita (porque motivado com a crescente massagem ao ego vai escrevendo cada vez mais e melhor.) Será que vai? Hum? Mas admitindo que isso tudo até pode ser verdade: Até lá, o leitor vai ficando cada vez mais confuso na hora de comprar um livro, porque por entre a parafernália de títulos a forrar as paredes das livrarias, arrisca-se e muito, a levar para casa, tudo, menos um bom livro. E já nem me refiro ao conteúdo, porque isso, meus amigos, há gostos para todos os géneros e ainda bem. Refiro-me à forma, à básica e elementar preocupação que quem quer ser escritor deve ter, e quem quer ganhar a vida publicando o que outros escrevem, também: Revisão de textos e correcção de erros gramaticais, ortográficos e por aí fora.

Pois é. O Vanity até pode colocar mais livros na mesa do leitor, mas não deixa de ser um concorrente desleal e duvidoso de todos aqueles que realmente escrevem, sejam eles nomes consagrados ou anónimos lixados.




Monday 29 September 2014

Dador de Memórias



Vi o "The Giver". Um filme sem um grande enredo, bastante previsível até, mas com uma mensagem poderosa. Cabe que nem uma luva aos nossos dias. Tem alguma similaridade com o " Equilibrium" um filme de 2002 que conta a história dos que sobreviveram à 3ª Guerra Mundial. Os que ainda podiam contar essa mesma história, sabiam que os humanos jamais sobreviveriam a uma 4ª grande ofensiva. Era preciso parar e para isso foi-se o mais longe que se pode. Tomar diariamente um medicamento inibidor das emoções, foi neste filme, a solução encontrada.

Em " O Dador de Memórias", a injecção milagrosa do esquecimento também pareceu ser a única capaz de propiciar a paz. Esquecer quem fomos, do que somos capazes, o que sentimos e porque nos emocionamos. Quando eu digo que a mensagem é poderosa, digo-o sobretudo por pensar que o caminho para um " The giver" ou "Equilibrium" real já está aberto. O que foi durante muito tempo considerado impossível, pela ciência, começou a tornar-se um facto comprovado no final da década de 1990, graças ao neurocientista egípcio Karim Nader. Hoje já se sabe que a PKMZeta é a proteína capaz de apagar memórias. E é eficaz.

A questão que importa aqui é: Se perdermos o que nos define enquanto seres humanos, ainda que nos salve de nós mesmos não nos condena a um outro tipo de morte? Talvez à pior das mortes? Aquela, em que vivemos mas não nos sentimos vivos? Quem não sente, quem não recorda, quem não se emociona, quem, em suma, vive automatizado, não pode em boa verdade dizer que está vivo. Ou pode?


Mafalda ao Poder! Já!!!







Esta é a Mafalda, a Contestatária, do Cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido por Quino.

A Mafalda “nasceu” a 29 de Setembro, há 50 anos atrás.

É assim um bocadito “cota” mas está cada vez mais fresca e mais aguerrida e sempre actual.Sempre questionando e ralhando e contestando…faz-nos falta uma Mafalda na Assembleia da República!Ai isso faz!


Tuesday 23 September 2014

Vida de uma solteira (taralhoca) no Facebook.

Maria Albertina faz like numa foto.
Stalker 1, faz like também, mesmo quando não percebe o que leu.

Maria Albertina posta uma foto com uma frase que indica que terá sofrido muito nas mãos dos homens e jamais voltará a confiar na espécie. Stalker 1 comenta em 0,2 segundos e dá a entender que nem todos os homens são iguais. Stalker 2 comenta logo de seguida, que deverá confiar apenas nos homens que demonstram ter sentimentos verdadeiros e não querem, como outros, saltar-lhe apenas para a cueca. Stalker 1 comenta de seguida, que ela não deverá confiar em qualquer homem que lhe diga que não é como os outros. Maria Albertina suspira e não comenta mais.

Stalker 1 mete conversa no chat, embora Maria Albertina esteja em modo "aparecer offline", com a frase "então, estás escondida?!". Maria Albertina suspira e não clica em ler a mensagem, vendo apenas a primeira frase que ele escreveu, para ele não saber que ela viu efectivamente o que ele disse.

Maria Albertina comenta um post de João Diogo, a quem realmente acha piada, picando-o. Stalker 2 vê, e também sendo amigo, comenta. Stalker 1 está neste momento deprimido porque Maria Albertina continua a comentar post's de outras pessoas, mas não lhe responde no chat.

Stalker 1 insiste, com a cartada da pena "então, estás chateada?".
Maria Albertina suspira de tédio e responde: " Não, estava a jantar. Tudo bem?" Stalker 1 sorri e tem um orgasmo mental:" Afinal ela liga-me!".

Stalker 2 mete conversa no chat "como correu o dia, linda?". Maria Albertina pensa: "não me chames linda."

Maria Albertina pensa: "porque raios o João Diogo não mete conversa?....Estúpido!"

João Diogo envia finalmente um link de um cãozinho fofinho. Maria Albertina sorri e pensa:" Ohhh , que querido!! Ele até gosta de cãezinhos como eu!".

Stalker 2 continua a ser ignorado.
Stalker 1 continua a ser ignorado.

João Diogo mete conversa com Lurdes, Marta e Leonor, com a mesma foto do cãozinho.

Maria Albertina pensa que a relação pode dar em algo, já que parecem ter imensas coisas em comum.
João Diogo pensa que este fim-de-semana vai facturar.
Stalker 1 já bebeu metade de uma garrafa de Whiskey.
Stalker 2 manda o Facebook à merda e vai ver porno.


Sunday 14 September 2014

AS “estampas” da nossa vida…


Acredito que todas as mulheres têm outra mulher pela qual, em algum momento das suas vidas foram trocadas. Essas, as que nos levaram algum dia ao término de uma relação, se forem tão ou mais bonitas que nós (e nós temos olhos na cara para ver isso) até compreendemos. (Não no momento, mas mais tarde). Mas quando isso não acontece, quando o homem que amávamos ou nos dava pelo menos a volta aos sentidos, nos troca por alguém francamente pior, então esse facto transforma para todo o sempre, a outra, (a ladra), numa "estampa". Uma croma purulenta, vurmosa e infecta. Eu tenho uma "estampa". Ou duas. A minha amiga também tem uma e não deve haver mulher que não tenha a sua. Até mesmo as próprias “estampas” são bem capazes de ter um destes exemplares a assombrá-las, por mais difícil que isso nos pareça. Mas confiando na lei de Murphy, temos que acreditar que há sempre pior.
A primeira “estampa” que a vida me deu, foi há uns bons anos atrás. Tinha então 15 anos. Era a minha primeira paixoneta, coisa de adolescente e nunca passámos dos beijinhos. Mas eis que surgiu a primeira larápia dos meus afectos. Era já na altura uma miúda feia, com um nariz demasiado pontiagudo, demasiado sardenta, com uns olhos pequeninos e apagados. Nada de interessante portanto. Mas ela somou e seguiu e uma noite, em que eu estava num bailarico da aldeia, cheia de esperança de o ver (a ele), encontrei-o aos beijos com aquela coisa achinesada, atrás do palco de onde ressoava a cacofonia pimba. Tudo bem. Tinha 15 anos. Facilmente parti para outra, depois de ter chorado 3 dias seguidos. Não há muito tempo, encontrei-os aos dois, também numa festa da aldeia, mas já não os vi aos beijos. Ele tinha uma bebedeira descomunal e ela, ao nariz em forma de gancho e olhos mortiços, somava um buço que vai daqui a Paris. Ele estava coxo, marreco, e com um rosto enrugado e macilento, marca de muitas noites bem regadas a álcool. Nunca largava a cerveja e ela agarrava-se ao balcão do bar improvisado, olhando para ele de soslaio, volta e meia dizendo-lhe qualquer coisa. Parecia zangada. Até que a “coisa” deu para o torto e ele deu-lhe um estalo tão grande que ela rodopiou para o outro lado do balcão. Veio ajuda. Alguns homens agarraram-no e ralharam-lhe por ele estar a fazer aquelas figuras tristes. Mas ele continuava a falar alto e a chamar à mulher todos os nomes de que se lembrava. Até que cambaleante, seguiu para casa com ela atrás. «Coitada.» Ouvi dizer, «Hoje é mais uma noite em que ela vai apanhar e acabar a dormir na rua.» Foi quando me lembrei dos meus 15 anos e daqueles 3 dias de pesar por ter sido preterida. Não consegui deixar de sorrir quando pensei : “Abençoadas lágrimas. Esta levou-o, mas não levou grande coisa.” Alívio. Alívio não, gratidão mesmo. Felicidade extrema!
Ontem uma amiga, mostrou-me uma foto em que posava alegremente a “estampa” dela. Fiquei chocada, horrorizada a olhar para aquilo. A única imagem que me veio à cabeça foi a de um travesti que encontrei a deambular pelas ruas do Porto, na década de 80. Podia jurar que se tratava da mesma pessoa. Receei ter pesadelos ontem à noite. Se ao invés de loura (falsa), ela tivesse o cabelo preto, podia bem passar pela matriarca da família Adams. E isto levou-me (como era esperado), a recordar-me da minha estampa mais recente. Outro “mistério da fé” que eu nunca vou perceber. É claro que eu não me acho linda de morrer, nem tenho a pretensão de ser o máximo que algum homem pode desejar (era o que faltava!), tenho plena consciência de que não subo ao pódium dos cânones da beleza feminina, mas por amor da santa! Aquilo é pior que uma albina! Aposto em como ele consegue ver-lhe a comida no percurso que faz da garganta ao intestino grosso! Tem sinais na pele (até onde se pode ver), com diâmetros que davam para fazer ringues de patinagem artística! O rosto é tão parco em harmonia que me dá a sensação de que o Criador (faltando-lhe peças), foi buscar aos falecidos, uma orelha aqui, outra ali, o nariz dacolá, o olho direito deste e o esquerdo daquele…C’órror! E o gosto pela roupa e acessórios? Será que ela não tem amigas? Sim, amigas de verdade que sejam capazes de lhe dizer: “ Querida, isso não te favorece…e é pindérico.” Enfim…
A minha amiga, a tal que foi trocada por um travesti, que é bonita e tem um charme de fazer inveja, anda com a foto da sua “estampa” no telemóvel. E a razão é muito boa: “ Quando estou com uma crise de auto-estima – confessou-me – olho para ela e sinto-me logo muito melhor.” Nunca tinha pensado no quanto isto é terapêutico. Acho que vou fazer o mesmo à minha. Download da foto que há tempos consegui apanhar no Facebook e sou capaz de ir um bocadinho mais longe: Imprimir e colar em pontos estratégicos da casa. Sei que é cliché mas é bem capaz de funcionar: Uma na dispensa para afastar as formigas e outra na casa de banho para me estimular o recto em dias de obstipação. Fica bem mais económico do que o Dulcolac e o Activia e é bem capaz de surtir o mesmo efeito.


Friday 12 September 2014

Já me apetecem Outono e Inverno. Gosto de dias frios. São aborrecidos, cinzentos e tempestuosos lá fora, mas tão quentinhos, aconchegantes e calmos cá dentro.Como diz a "pirralha", « A Primavera e o Verão são as estações sexy, mas o Outono e o Inverno são as fofinhas.»


Wednesday 10 September 2014

A Relação com a Mão: Contraceptivo 100% eficaz!

O lugar mais confortável que podemos almejar, quando opinamos sobre o que quer que seja, é sempre aquele que nos permite agradar a gregos e a troianos. E quanto mais polémico for o tema, maior é a tentação para nos colocarmos aí, nesse limbo de conforto, onde não há preto nem branco, tudo é cinza, comodidade, neutralidade, em suma, um pacato banho-maria que nos dá a ilusão de assertividade e equilíbrio. Esse é o reino do Assim-Assim. O problema é que nós podemos ter uma atitude assim-assim para muitas coisas. “Gosta do bife bem ou mal passado? Assim-assim”; “ Prefere o café forte ou fraco? Assim-assim”; “ Como é que lhe corre a vida? Assim-assim”, e por aí vamos. O nosso tanto faz como fez, o deixa andar, o tanto dá como se deu, pode aplicar-se a muitas coisas, mas ao aborto não. Dizer-se: “eu não sou a favor do aborto, mas defendo que a mulher é quem deve decidir” é ter esta atitude assim- assim. Numa questão tão importante e delicada quanto esta não pode haver ambiguidades. Falamos de vidas, não de escolhas que pouco ou nada nos afectam. Não se pode dizer que se é contra o aborto e ao mesmo tempo defender que a mulher tem o direito absoluto e supremo de decidir se interrompe ou não uma gravidez. Não sejamos hipócritas. Quem defende que a mulher é quem deve ter o poder de decisão sobre o que acontece a outra vida, não pode em verdade dizer que é contra o aborto.
Vi alguns comentários que defendem que o aborto não é usado enquanto contraceptivo. Lamento, mas isso não é verdade. Não para todos os casos. Um dos trabalhos que fiz cerca de 2 anos após o referendo que deu a vitória à prática do IVG, deixou bem claro que muitas mulheres, sobretudo as mais jovens abortam por "dá cá aquela palha". Um dos obstetras com quem falei na altura revelou que algumas jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos faziam em média 4 abortos por ano. Num dos casos, (o mais chocante) uma jovem de 22 anos terá recorrido ao aborto 11 vezes no espaço de 2 anos. Ora…estes são casos a nível local! Não estou a reportar este trabalho que fiz, para a totalidade do país. Nem quero imaginar como serão os números para Portugal inteiro. Segundo o DN, entre 2008 e 2012, registaram-se em Portugal cerca de 100 mil interrupções voluntárias da gravidez, sendo que, mais dois anos passados o número terá duplicado. A boa notícia é que os casos após aborto que recorrem às urgências dos hospitais diminuíram consideravelmente. (Para alguma coisa a nova lei teria que servir!) Se falarmos na pílula abortiva (do dia seguinte), então o choque é ainda maior. Existem miúdas que vão busca-la à farmácia, praticamente mês sim, mês não. Não, não estou a exagerar! Isto é preocupante porque estamos a falar de mulheres muito jovens que muito provavelmente no futuro nunca mais poderão vir a ser mães!
Contudo, penso que o mais importante nesta questão é que ainda não percebemos que a mulher, manda sim no seu corpo. Sem dúvida. Mas o corpo que está dentro dela, não é o corpo dela. É o corpo de uma criança, que está em formação, e que como já vimos (um feto com 10 semanas), é um feto como o que se pode ver na imagem. O que eu costumo perguntar sempre é: se não se pode matar uma criança que já nasceu, porque é que se aceita que se mate uma que ainda está em formação? Qual é a lógica disso? É com base nessa reflexão que considero perfeitamente surreal que se argumente que em casos extremos, (como esse mais recente, por exemplo do pai que matou a criança em água a ferver), pais que matam os seus filhos, tenham eles a idade que tiverem, sirvam de exemplo para justificar o aborto. Nada disso serve de exemplo para justificar um aborto! Um crime não pode justificar outro crime! Não faz sentido! Se a vida fosse valorizada pelo tempo que se respira sobre a terra, então os idosos seriam tratados como reis e rainhas, certo? E não o são. São atirados para lares de 3ª idade, abandonados, negligenciados, esquecidos. Um bebé ainda no ventre da mãe não tem menos direito à vida que outro que acabou de nascer. Porque teria? Porque o ouvimos chorar? Porque lhe mudamos a fralda, lhe damos os seios para que ele se alimente? E quando está no nosso ventre? Não se alimenta também de nós? Não chora? Não reconhece o toque da mão da mãe sobre a barriga? Não se acalma quando a mãe lhe fala? Bom, eu sou mãe e posso garantir-vos que um bebé no nosso ventre faz tudo isso. Na primeira ecografia que fiz do meu filho, (tinha ele 6 semanas), estava a chuchar no dedo.
Quero que fique bem claro que acredito sinceramente que ninguém é a favor do aborto e que aquilo que se pretende evitar é que mais mulheres continuem a ser penalizadas, quer pela sociedade, quer pela negligência de quem a troco de alguns euros arrisca a fazer o que não sabe ou não tem condições para fazer. Mas também acredito que já vai sendo tempo de nos deixarmos de egoísmos. Não estamos a falar de mulheres que vivem nas décadas de 80/70/60 ou anteriores. Não estamos a falar de mulheres que vivem em países de 3º Mundo, onde a informação e métodos para evitar uma gravidez, são de difícil acesso ou mesmo inexistentes. Estamos a falar de mulheres que tendo a possibilidade de levantar contraceptivos gratuitos nos centros de saúde, preferem assobiar para o lado e nunca lá põem os pés. Estamos a falar de mulheres que em larga escala e independentemente da sua classe social, têm acesso à internet, defendem práticas de libertinagem sexual que vão desde o swing ao mamading, exibem iphones e unhas de gel. Será que é mesmo por causa dos parcos recursos monetários que se recorre tanto ao aborto? Sinceramente, não me parece. O que as leva à IVG é a crise de valores. A crise de humanidade e não a crise monetária.
Hoje só engravida quem quer. Fazer sexo é muito bom, mas há consequências e eu não acredito que exista uma só mulher com mais de 14 anos, neste país que não saiba que as há e quais são. E acima de tudo, que não saiba o que, e como fazer para evitar uma gravidez não desejada. Posto isto, se me perguntarem se eu acho que deveríamos voltar a criminalizar, só posso em coerência dizer que a mesma lei que defende a vida de quem já deu o seu primeiro berro no mundo, deve ser a lei que defende a vida de quem ainda se prepara para o fazer. Reforço que a mulher é dona do seu corpo sim, mas o corpo da criança que ela carrega não é o seu corpo. É outro corpo. Outro ser. A melhor solução de todas creio eu, virá a longo prazo (ou não). Só dependerá de todos nós. Eduquemos as nossas crianças para os valores que valem realmente a pena. Às meninas, ao invés de as considerarmos inocentes e ingénuas, ensinemos tudo o que há para ensinar sobre o sexo e o amor, sobre o quanto é maravilhoso esse encontro de dois corpos que se amam, mas também a importância de conhecer todas as regras desse jogo da sedução. Levemo-las a tempo às consultas do planeamento familiar, ginecologistas, o que for preciso para que elas estejam preparadas, protegidas e conscientes dos seus actos. E isto não é para fazer depois de elas terem 16 ou 17 anos. É para fazer logo que elas comecem a menstruar. Aos meninos, ensinemo-los a assumir responsabilidades, a cuidar do que criam…em suma, a protegerem a sua e a vida de quem com eles se envolve.
Acrescento que para os adeptos do assim-assim existe uma coisa muito boa: A relação com a mão. E atenção que, quando eu falo em relação com a mão, não a sugiro apenas aos homens. As mulheres também podem ter uma relação assim-assim com a mão. Assim-assim, porque será sempre aquele tipo de relação que dá prazer mas nem tanto e faltam sempre muitas coisas: o corpo do outro, os beijos, as caricias e os afectos verbalizados. Por isso é uma relação assim-assim. Dá para o gasto. Para o alívio momentâneo. A vantagem é que uma relação com a mão não coloca ninguém numa situação que não deseja. Diria mesmo que a relação com a mão, já traz um método anticoncepcional incorporado e que é 100% seguro!
Por último…sim, é vergonhoso que o estado pague a quem quer matar e não ajude a quem quer dar a vida. Tudo o resto que possa ser dito a este respeito, na minha opinião, são desculpas, disparates, parvoíces, tretas e uma enormíssima falta de bom senso.


Tuesday 9 September 2014

2 kinds of Man



Em conversa, disse-lhe: amei imenso ""o homem sem qualidades". Referia-me ao livro do Musil que comprei numa feira do livro, mas a verdade é que, num aligeirar do discurso , acabara de resumir grande parte da minha vida amorosa.

É que há deles assim...e depois há os outros...

Saturday 6 September 2014

Mimos & Gatices



É tão bom quando o amor ronrona!
A medida que envelheço dou menos atenção ao que as pessoas dizem...
simplesmente observo o que fazem.


Monday 1 September 2014

The First or the Last?

"Os homens gostariam de ser o primeiro amor de uma mulher.
As mulheres têm um instinto mais subtil: gostariam de ser o último amor de um homem."

Oscar Wilde in "the importance of being Earnest"