Saturday 26 September 2015

Este sábado....Cadaval :)

Já passa da meia noite,portanto já é dia de voltar às origens para apresentar A Guardiã, O Livro de Jade do Céu. Escusado será dizer que conto com a vossa presença. A quem estiver por perto fica o convite para passarem pela Biblioteca do Cadaval. Tenho amigos na zona que não vejo há anos. Aí está uma boa oportunidade para nos voltarmos a encontrar. :)


Tuesday 22 September 2015

Às vezes...

"Às vezes, morrer de saudades é a única forma que encontramos de voltar à vida"
‪#‎anacristinapinto‬


"Preciso de escrever para me sentir viva."

A entrevista no Blog do FI.




Ana Cristina Pinto escreveu e publicou "A Guardiã - O livro de Jade do Céu" (editado este ano pela Capital Books). Depois de ler o seu livro, falei com a autora numa entrevista informal, onde até conversámos sobre cinema. 




- "A Guardiã" fala-nos de História, religião e ciência. Foi fácil conjugar estes três temas?


Antes de mais, obrigada pelo convite para falar da Guardiã no teu blog. Tenho a noção de que és um jovem escritor muito talentoso e promissor e por isso, para mim é uma honra aceitar.
Respondendo à tua primeira pergunta posso dizer-te que de facto não foi difícil juntar história, religião e ciência. Pelo contrário. Juntar estes três “ingredientes” foi muito fácil, porque se reparares bem a história também é religião e a religião também é ciência. O que foi difícil foi ligá-los entre si, como se de um puzzle se tratasse. Isso sim foi difícil. Exigiu muita pesquisa e abertura de espírito. Penso que essa abertura de espírito também é necessária para quem lê “A Guardiã”.


- A minha passagem preferida do livro acontece quando o demónio Kasbel revela o que sucede aos humanos quando chegam ao seu inferno. A Ana Cristina tem também alguma parte favorita?


Tenho. Adoro o capítulo da noite da festa em casa do Baltazar, porque aí o Michel (Miguel) revela o seu lado encantador e profundamente conhecedor das pessoas e do mundo. Ele é de facto um sedutor e eu ter-me-ia apaixonado por ele se estivesse no lugar da Luana. E adoro também toda a aventura na Jordânia. Senti-me lá, literalmente.

- Neste livro leva-nos a viajar por Portugal, Jordânia e Avalon. Para onde poderá levar-nos a seguir?

Bom, a seguir a história parou em New Orleans. Uma cidade também muito especial, cheia de mistério e sedução. É exactamente nessa cidade que a aventura de Luana é retomada, mas mais uma vez a Guardiã será levada a outras partes do mundo, como Londres por exemplo.


- Para quem já leu este seu primeiro livro, penso que há uma questão que se levanta no final: continuaremos a acompanhar estórias do Michel... ou da própria Guardiã?


Sim. Eu continuo nesta relação muito íntima com eles e sei que a Luana, o Miguel e o Gabriel têm ainda muito o que contar.


- Falando agora de outros livros. O que tem lido ultimamente? O que nos sugere?


Tenho tentado ler sobretudo autores portugueses. Tive o privilégio de conhecer nos últimos meses bons autores portugueses, que estão no início das suas carreiras. Filipe Vieira Branco , MBarreto Condado, Luís Ferreira, Pedro Santos Vaz, Paulo Caiado e Rui Calisto e li outros já mais conhecidos e aclamados como José Luís Peixoto e Luís Miguel Rocha, por exemplo. Todos eles, mais ou menos conhecidos, são autores ao nível da excelência e que eu recomendo com muita convicção. Sugiro 1 livro em particular: Yggdrasil, Profecia do Sangue de MBarreto Condado. É uma autora que vale a pena descobrir, sobretudo para os amantes do Fantástico que são cada vez mais. E correndo o risco de parecer que estou a dar graxa sugiro também o teu. “O Dia em que Nasci” de Filipe Vieira Branco. Acho que é absolutamente imperioso apoiar os novos autores. Temos muitos que são muito bons. Tal como tu e o Luís Ferreira que escreveu também uma história belíssima à volta do caminho de Santiago. “Entre o Silêncio das Pedras” é pois, mais um livro que eu recomendo.


- E dentro do género fantástico, onde podemos inserir o seu livro, tem algum autor favorito?

Tenho. Em português, um autor já com provas dadas, Filipe Faria e a autora que já referi, MBarreto condado. Ela tem uma história fabulosa no livro “Yggdrasil, Profecia do Sangue”. Lá por fora, claro que me rendo ao Tolkien e a George R.R.Martin mas não posso deixar de fora a maravilhosa Marion Zimmer Bradley. Quem leu “ As Brumas de Avalon” sabe exactamente de quem estou a falar.


- Se o livro "A Guardiã" fosse adaptado ao cinema, que actriz gostaria de ver no papel de Luana?


Essa é a pergunta verdadeiramente fantástica. Seria necessário muito mais do que escrever a melhor história de sempre para que algo assim pudesse acontecer. Seria preciso antes de mais que este livro tivesse uma visibilidade que como sabemos, dadas as condicionantes do mercado, não tem. Mas se porventura isso acontecesse eu gostaria de ver a Keira Knightley no papel de Luana e se falarmos em actrizes portuguesas, então a minha escolha recairia sobre a Sofia Ribeiro. E vivam os sonhos. 





- E já agora, que actores poderiam dar vida aos arcanjos Gabriel e Miguel?

Atendendo às características físicas dos dois arcanjos, Ben Stiller ou Keanu Reeves no papel de Miguel e Jude Law no de Gabriel. Em português Paulo Pires a dar vida ao Gabriel e o charmosíssimo Filipe Duarte a encarnar o Arcanjo Miguel, seria perfeito. Mais uma vez: Vivam os sonhos! 


- O futuro passa pela publicação de outro livro? Que projectos pode revelar?


Não faço a mínima ideia por onde passa o futuro. Eu gostaria muito de voltar a publicar. Sei que vou continuar a escrever, isso sem qualquer dúvida, até porque preciso de o fazer para me sentir viva. Quanto a futuras publicações, há muitos factores a equacionar. Hoje tenho comigo a Capital Books que fez um trabalho excelente na edição e que me proporcionou entrar nesta aventura de levar o que eu escrevo a mais leitores. Tem sido uma experiência muito boa, muito interessante e nem por um segundo me arrependo. Mas quando se fala do futuro, não se pode falar com certezas. O futuro a Deus pertence, não é assim? 
E já agora só para terminar quero dizer-te, Filipe, que te desejo toda a sorte e sucesso do mundo. A ti e a todas as pessoas que trabalham e acreditam no seu trabalho. Obrigada.

Saturday 19 September 2015

Xénos+phobos





Quando, há precisamente dois dias atrás, um amigo com quem falava no Facebook me desejou um bom Domingo e eu, incrédula corri a abrir o calendário para me certificar de que afinal, não era quarta nem quinta-feira como pensava,me apercebi de que os últimos dias me catapultaram para uma espécie de realidade paralela, desgastante e doentia que me fez perder a noção do tempo.
Adormeço e acordo a pensar em refugiados e agradeço por neste preciso momento ser apenas uma cidadã, uma entre milhões de pessoas por esse mundo fora que não têm sobre os ombros a difícil tarefa de decidir.
Mas não ter o poder (e o poder aqui é uma maldição),para alterar o destino de milhões de pessoas, não é o mesmo que não ter opinião sobre o assunto e expressá-la. Faço-o no Facebook , em casa e no café, mas só nestas salas virtuais onde se trocam ideias com conhecidos e desconhecidos se usa e abusa do termo XENOFOBIA. “xénos” e “phóbos” , palavras gregas que significam estrangeiro e medo, respectivamente. Portanto, xenofobia é o medo de estrangeiros. A quem usa e abusa do termo, só tenho a dizer que em lado nenhum se consideram xenófobas as atitudes associadas a conflitos ideológicos, choque de culturas ou mesmo motivações políticas.
Já referi várias vezes os perigos que nos espreitam quando permitimos que uma cultura diferente se torne a maioria dominante. Se olharmos para a história, ao longo dos tempos as civilizações têm gozado de um “curto” espaço de tempo para permanecerem intocáveis no mundo. Elas são invariavelmente substituídas por outras que as invadem, ocupam, combatem, evangelizam e alteram radicalmente. E para sempre. É pois, muito provável que esteja a chegar a nossa vez. Isto acontecerá na Europa. Não tenhamos dúvidas. A questão não é como, é quando. Abrir as fronteiras a mais e mais pessoas que vêm de culturas opostas à nossa, só acelerará o processo.
Não há por isso nenhuma xenofobia a comandar-nos no que aos refugiados da Síria diz respeito. O que há é um medo, enraizado por séculos e séculos de história, de sermos condenados à extinção. Receamos, penso eu, a extinção da cultura europeia mais do que a extinção do povo europeu. Isto é legítimo. E a legitimidade é tanto maior, quanto maiores forem as diferenças entre a cultura que “somos” e a que nos quer invadir.

Com todos os argumentos válidos sobre a nossa própria escassez material, estaríamos nós assim tão preocupados se os refugiados da guerra viessem do país ao lado? Ou da Suécia ou do Brasil, ou até mesmo do Japão? Penso que não. O problema de quem se manifesta a favor de fechar portas a estas pessoas que como nós são de carne e osso, nada tem a ver com as pessoas em si, mas sim com a sua ideologia. Porque ainda que não seja impossível sermos ocupados por espanhóis, ou suecos ou brasileiros, (qualquer povo em maioria se torna dominante), a ideologia islâmica é hostil e por ser tão hostil nem entre eles há entendimento. As mínimas diferenças entre os vários ramos do Islão são para eles abissais e intransponíveis.
É pois a ideologia que frequentemente constrói muros entre as pessoas, porque efectivamente e contrariando o ideal de Esquerda e também da extrema-direita, (meus amigos, que linda que é a palavra IGUALDADE!), quando se trata de pessoas ela é só uma palavra, porque as pessoas são todas DIFERENTES.
De Stalin a Mussolini, de Hitler a Abu Bakr, de Kim Jong (Un e Il), a Ayman al-Zawahiri, todos desejaram e desejam o mesmo: IGUALDADE. E vejam o que aconteceu e acontece a quem aos seus olhos era e é diferente. Todos eles apoiados por uma utopia estúpida e irracional de levar a justiça da igualdade aos quatro cantos do mundo, cometeram e cometem ainda a maior injustiça de todas que é: NÃO RESPEITAR AS DIFERENÇAS.
É pois, impossível levar a justiça da igualdade aos quatro cantos do mundo porque nem o mundo é quadrado, nem a igualdade é justa, nem as utopias são exequíveis.
E sim, encontraremos a paz quando todos formos capazes de dar a mão sem entregar a alma e de pedir um abrigo sem tomar a casa.

Ana Cristina Pinto

Tuesday 15 September 2015

E ainda a propósito...



 ...destes dias conturbados, mais um excerto do Livro de Jade do Céu. Os protagonistas, Luana e Michel chegam a Amã, capital da Jordânia.

"À saída do aeroporto, Michel avançou carregando a sua própria bagagem e outra mala menor que Luana decidira levar com algumas ferramentas necessárias para a escavação. O Arcanjo caminhava com passos apressados e só parou na primeira banca de publicações que encontrou. Depois de comprar o Al Fajhr, um jornal palestiniano, esperou pacientemente por Luana e Gabriel. Mais fascinados com o mundo novo que se abria em frente dos seus olhos, do que apressados para chegar ao hotel, acabaram por ficar para trás.
– É tão urgente assim saber as notícias locais? – perguntou a Guardiã aproximando-se de Michel.
– É bom saber com o que podemos contar – respondeu o Arcanjo, dando uma vista de olhos pelas páginas centrais.
– E quais são as principais notícias? – voltou a indagar curiosa.
– Fala sobre alguns acontecimentos que marcaram o ano. A onda de violência que varre a região do Oriente Médio, não vai ser esquecida tão cedo. A Primavera Árabe ainda está longe dos seus ideais.
– Pois. Não é fácil esquecer. A Síria, por exemplo, está assolada pela guerra civil. O presidente Bashar Al-Assad segue com promessas de esmagar o inimigo com mão de ferro. Os civis são alvos em todo o país. Agora não sei quantos são, mas não há muito tempo li uma notícia que dava conta de mais de 500 mil refugiados e mais de 40 mil mortos.
– Não há cessar-fogo, nem acordo de paz, Luana. O conflito extrapolou as fronteiras e tanto a Síria como a Turquia estremeceram. A Rússia e a China são grandes aliados do governo, mas outras 100 nações reconhecem que a oposição é a legítima representante do país. – referiu o Arcanjo.
Continuaram parados em frente um do outro na beira do passeio. Durante uma breve fracção de segundos, os seus olhares cruzaram-se e deixaram escapar a paixão que os invadira na véspera. Contudo, cientes de que não podiam deixar que Gabriel percebesse o amor que os unia, optaram por disfarçar, desviando os olhares para o espaço circundante na tentativa de descobrirem Gabriel. Avistaram-no alguns metros à frente, a tentar fazer parar um táxi. Baixaram então de novo os olhos para as páginas do jornal.
– E como se isso não bastasse, o Irão teima em seguir com o seu programa nuclear. Se bem me lembro, até já ameaçou um navio de guerra americano e fez testes com mísseis no estreito de Ormuz – referiu Michel resignado à necessidade de esconder os seus sentimentos.
– Este foi um ano de atentados devastadores no Iraque, no Líbano e no Afeganistão, mas a Primavera Árabe dá alguns sinais, Michel. O golpe de Estado no Iémen pôs fim a três décadas de poder de Ali Saleh. Na Tunísia, o ex-ditador Ben Ali foi condenado à prisão perpétua, a mesma punição de Hosni Mubarak. E o ex-presidente do Egipto chegou a ter a morte anunciada.
– Mas não confirmada – ripostou ele.
– É verdade. E enquanto tudo isso, na Praça Tahir, no coração do Cairo, os protestos foram uma constante este ano – relembrou Luana.
– Os egípcios entraram em 2012 a exigir a saída dos militares do poder. Nas eleições, elegeram Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, mas ele enfrenta uma crise após a outra. Ainda é frágil a democracia no país.
– Hum... e pelo que vejo aí também é frágil o cessar-fogo entre Israel e a Autoridade Palestiniana – constatou ela, dobrando a folha do jornal para conseguir ler melhor a notícia. – Por isso é que este ano, a escalada de provocações já vai com um ataque aéreo fulminante. O líder militar do Hamas foi morto na Faixa de Gaza e o que está a suceder deixa o mundo assustado.
– E há razões para isso. Mas vê bem a votação histórica na ONU: a Palestina foi elevada a estado observador. Contudo, receio bem que este ano vá chegar ao fim com as mesmas velhas dúvidas. – São também as minhas dúvidas, Michel. A paz virá algum dia? –
perguntou Luana contemplativa.
– Acredito que sim. Tu não?
– Espero que sim. Talvez aconteça um milagre e os governantes dos países em conflito ganhem juízo e comecem finalmente a fazer aquilo para que realmente foram eleitos: cuidar do povo que os elegeu". 




In "A Guardiã- O Livro de Jade do Céu"


"Creio que quem melhor entendeu o que esperava a Europa foi Enoch Powell, deputado inglês do Partido Conservador, numa alocução que proferiu ainda nos anos 60. O problema não é a maldade intrínseca do Islão enquanto sistema de crença - de facto, ela não existe, sendo o Islão uma fé diversa e, por isso, com ramificações mais e menos tolerantes, mais e menos benignas, mais e menos conciliáveis com a modernidade -, mas os desafios que brotam da partilha do mesmo território por grupos de sensibilidades religiosas e políticas distintas. No caso corrente, trata-se de trazer para a Europa - avisada por uma tradição política de base cristã e, mais recentemente, nacional -, indivíduos que não se revêem nos nossos institutos de governação. Ora, isso levará necessariamente à dissolução daquilo a que Khaldun chamava asabiya, ou "solidariedade [união, partilha de propósito] entre elementos do corpo social". Julgo que é o enfraquecimento desse sentimento de pertença que tem dado origem às dificuldades de integração - juntamente com os seus efeitos mais evidentes, como marginalidade social, crime e tumultos."


Onde é que vão andar os autores da Bee?



AGENDA


26 Setembro, 17h- Biblioteca Municipal do Cadaval
Ana Cristina Pinto - A Guardiã o Livro de Jade do Céu


17 Outubro, 16h- Fólio, Óbidos
Ana Cristina Pinto - A Guardiã o Livro de Jade do Céu

18 Outubro, 16h- Fólio, Óbidos
MBarreto Condado - YGGDRASIL, Profecia do Sangue

24 Outubro,17h - Biblioteca Pataias
MBarreto Condado - YGGDRASIL, Profecia do Sangue

24 Outubro, 21.30h - Tertúlia Pópulos, Caldas da Rainha
(vários escritores - «Presenças a confirmar»)

14 Novembro, 17h- Biblioteca Pataias
Judite Carreira- Palavras Ousadas de Ju

28 Novembro, 17h -Biblioteca Cadaval
Madalena Formigo- Os Tempos Antes das Almas

5 Dezembro, 17h - Biblioteca Cadaval
Pedro Santos Vaz- Sonhos Roubados

12 Dezembro, 17h- Biblioteca Pataias
Ana Cristina Pinto - A Guardiã o Livro de Jade do Céu


O sol na eira e a chuva no nabal

Eu realmente não quero saber se esta gente ao vir para a Europa terá que receber apoios dos Estados para sobreviver. Por cá no velho continente o estatuto de refugiado implica apoios até 10 anos, mas isso é insignificante se falarmos de famílias que procuram salvar-se da guerra.O que eu procuro chamar a atenção das pessoas é para o facto de que uma enormíssima fatia desta massa humana, não está de facto a fugir da guerra, mas sim de condições de vida precárias. Coisa que pelo menos, os que vierem para Portugal continuarão a ter. Veja-se o que já está a acontecer com os refugiados que já cá temos. Com TODA a legitimidade eles já perguntam porque não lhes foi oferecida a ajuda que pretendemos dar agora aos sírios, e começam a reivindicá-la. Eu sou humana também. Custa-me horrores ver as imagens de desespero que aparecem em todo o lado mostrando tanta gente que procura um futuro melhor. Mas para além de um coração eu tenho um cérebro.
Existem imensas coisas a equacionar aqui. Já falei delas. Sinto-me a pregar aos peixes. Literalmente. Ninguém quer saber. Os que estão a favor, argumentam com as emoções à flor da pele, escrevem poemas, textos que exultam o amor ao próximo. Não me venham com o argumento de que eles não são todos iguais.É ÓBVIO que NÃO SÃO! Há no meio daquela gente toda muita gente boa! Muita gente óptima! Mas também já mostrei porque é que isso não é relevante.
Os que são contra, mostram apenas ódio e indignação, rosnam como um cão que tem muito medo que lhe roubem o osso. Poucos estão efectivamente a usar os neurónios, quanto a esta questão. Relativamente aos muitos milhares em debandada por esse Mediterrâneo afora, pergunto-me como é possível que famílias que vêm de campos de refugiados, onde não têm condições, nem trabalho, conseguiram amealhar entre 5 a 13 mil euros (por cabeça) , para pagar as viagens em botes sobrelotados. Quem lhes deu o dinheiro, isso não vos faz confusão? Se hoje uma guerra nos obrigasse a pedir exílio noutro país, quantos de nós teríamos esse valor para pagar por cada membro da nossa família?
Entram muitas mulheres e crianças, mas poucos, face ao número de homens. Isso não vos faz confusão? Começam a surgir noticias como a que se vê em baixo, de refugiados que já estão incluídos em programas de acolhimento e querem debandar para a Europa. Isso não vos faz confusão?
Quando leio comentários de quem está contra a vinda dos refugiados, leio sempre a mesma coisa: "vêm para cá usufruir de mais regalias que nós (nativos) temos. Vêm à caça dos subsídios.", Sim, isso não deixa de ser uma verdade, mas também me faz muita confusão que seja só isso que preocupe os "anti-refugiados". Porque não mostram argumentos sérios e convincentes aos que defendem a sua vinda?
Quando falamos de vidas humanas, não podemos colocar as migalhas das nossas regalias (ou as deles), no outro prato da balança. Isso é tão pequenino, tão básico, tão rasteiro! O único argumento aqui é contrapor vida com vida. A deles e a nossa. A dos filhos deles e a dos nossos filhos. E perceber se vale a pena arriscar aquilo que de um lado e de outro vale mais. Em pragmatismo, a equação seria simples. Aceitá-los significa que todos perdemos (nós e eles). Recusa-los significa que só eles perdem. Mas como nós não somos muçulmanos e gostamos de nos considerar um bocadinho mais evoluídos, porque não se pensa numa solução em que todos ganhemos? Não é uma solução imediata, mas o que vou sugerir será talvez a única solução:
Os americanos, os Aliados, (Portugal incluído) que limpem a confusão que fizeram nos países árabes. E deixemos de ser gananciosos. Deixemos lá o petróleo deles, o gás deles, os territórios deles. Nós temos tecnologia que nos permita dispensar tudo isso? Temos. Não convém aos grandes grupos económicos? Sabemos. Mude-se o que convém. Deixemo-los lá com as ditaduras deles, com as regras deles, a cultura deles, o Islão deles. Que necessidade temos nós de lá meter o bedelho? Não somos nós que lá estamos. São eles! Cuidemos da nossa vida! Por não o termos feito, olhem o que está a acontecer! Levamos confusão a todo o lado. Deixamos o caos em todo o lado. Que direito temos nós de desarrumar a casa dos outros? Nem a nossa sabemos arrumar! Alguém tem duvidas de que a crise nos países árabes foi provocada pelo Ocidente? Eis as consequências! Se queremos mexer com as vespas, depois há que lhes suportar as picadas. Não podemos é querer o sol na eira e a chuva no nabal.

Bem a propósito do que se está viver actualmente...

 Um trecho do Livro de Jade do Céu.

" – Mohammad era apenas um mercador analfabeto e humilde. Procurei guiá-lo e transmitir-lhe a força e coragem necessárias para enfrentar as suas múltiplas viagens pelo deserto. Bem podes imaginar o quanto podem ser dolorosos os périplos de um homem só. Um homem que não conhece nada para além dos seus próprios trilhos, a densidade da areia em baixo dos seus pés, a aridez das rochas no solo e a imensidão das estrelas no céu... (...)
(...) – O Alcorão – recomeçou ele – é pois o somatório de tudo o que lhe disse e dos escritos essénios que foram atempadamente escondidos nas cavernas de Qumrân, no Mar Morto. Depois, os seguidores de Mohammad fizeram o resto.
– O que era inicialmente uma oração de um simples mercador...
– Sim. O que era inicialmente a oração de um simples mercador transformou-se em pouco tempo num código de leis, numa força indutora do comportamento religioso, social e político. – continuou o Arcanjo – Nasceu assim a Shariah."




‪#‎AGuardiã‬ ‪#‎anacristinapinto‬


Há uma linha que separa...

Eu própria estou a tentar compreender qual é a linha que separa o ódio instigado pelo medo do que não se conhece (ou conhece mal) das preocupações legitimas. Parece-me pelo que tenho visto, há uma boa dose de ingenuidade da parte de quem faz campanha pelos refugiados e uma enorme carga de ódio puro por parte de quem não os aceita. No meio disto tudo o melhor é tentar encontrar um equilibrio, que sei que é dificil. Mas, mesmo acreditando, como acredito, que estamos a ser invadidos e que esta crise de refugiados é uma falsa crise, a verdade é que no meio deles há muita gente inocente. A verdade é que o Islão não é só um, e existem varias facções tolerantes e flexíveis. Se me perguntares que atitude é a certa, repudiar esta gente ou aceitar? Nem uma nem outra. Mas é preciso fazer alguma coisa, porque quer queiramos quer não, foi o Ocidente que semeou o que estamos agora a colher.O que vamos colher é bom? Não. Não é. Mas o que semeámos também não foi. Se calhar o mais justo agora é fazermos exactamente o que estamos a fazer: Colher. Por muito que isso nos custe. Talvez tenha chegado a hora da humanidade se olhar como um todo sem distinguir fronteiras, raças e religiões. Sobretudo religiões. "Já vi muita religião nos olhos de assassinos". Disse-o Saladino, rei do Egipto a Balduino IV, rei de Israel, durante as cruzadas. Nessa altura, se bem te recordas, eram os cristãos que matavam tudo quanto mexia, enquanto os árabes, permaneciam mais ou menos pacíficos, apenas entrando em disputas para se defenderem. Todos nós, já vimos e continuamos infelizmente a ver, muita religião nos olhos de assassinos.

Friday 11 September 2015

Alah uh Akbar





Aos mais distraídos e apanhados nesta espiral de informação contraditória, recomendo que aprendam por si próprios alguma coisa sobre o Islão. Ser-vos-á útil para que não se deixem contaminar com as opiniões de gente que dissemina o medo por disseminar, e para que não se deixem iludir por quem acredita ou quer acreditar que o que vê ali nos botes que atravessam o Mediterrâneo, e nos mais variados campos de refugiados da Europa, são apenas pessoas que fogem da guerra e precisam de ajuda.
Juro que tentei ao longo destes dias ver ali apenas pessoas que precisam de ajuda. Tentei com todas as minhas forças. E fi-lo porque para mim é importante agir sempre em consciência. Quem me conhece sabe que eu não sou pessoa de ficar indiferente a causas. Tento fazer sempre a minha parte. E esta é uma causa que me comove. Pela sua dimensão trágica comove-me. Mesmo assim não consegui. É óbvio que estão lá pessoas que precisam de ajuda. Mas quem são elas?
É preciso entender que o Islão tem várias ramificações. As mais importantes: Sunitas e xiitas, (saindo da facção de sunitas os curdos de que tanto ouvimos falar durante a guerra no Iraque). De todos, os mais moderados serão os curdos que precisamente por décadas e décadas de perseguição, morte e tortura, praticamente expatriados e encurralados por Sadam numa zona perto de Mossul (a norte de Bagdade) são agora os únicos que com o renascimento do Curdistão organizam milícias de combate ao Estado Islâmico (EI). Os xiitas são o ramo islâmico provindo da linhagem de Maomé, uma minoria, mas foi daqui que saiu o grupo extremista Hezbollah, por exemplo. Meninos de coro quando comparados com os mercenários do ISIS.
90% dos islamitas são sunitas. Ou seja, 90% dos muçulmanos são sunitas. E o problema maior são precisamente os sunitas. E porquê? Porque os sunitas são mais votados ao rigor islâmico. Para além do Al Corão eles seguem a Sharia, sistema de leis comuns a todos os muçulmanos e ainda a Suna (tradição e compilação de histórias, supostos ditos e vivências de Maomé),livro também sagrado e muito próprio dos sunitas. Como se isso não bastasse estima-se que cerca de 15 a 20% dos sunitas são salafitas. Medo! Muito medo! O salafismo reporta-se aos ensinamentos ancestrais do Islão e com esta doutrina é tudo muito simples: ou se tem o céu ou o inferno. Ou há conversão ou há morte. É pois, de entre os salafitas que surgem os grupos radicais. Radicais à séria. Eles não se limitam a matar. Fazem-no com requintes de malvadez .
Para que tenham uma ideia, os extremistas salafitas proliferam sobretudo nos Países Árabes do Golfo: Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Qatar. (Já repararam que são precisamente estes os países, em especial a Arábia Saudita, que financiam a construção de mesquitas no Ocidente? É só um pormenor. Eu dou-lhe importância, vocês façam como quiserem).
São portanto estes meninos que detêm o capital. Têm por isso muito dinheiro para esbanjar em armas que compram aos nossos amigos gananciosos do outro lado do Atlântico (EUA), e também a alguns capitalistas europeus (França e Alemanha, principalmente). Daí que é um fartote de riso ver agora a Merkel a meter no país 800 mil refugiados que contribuiu em larga escala para matar e destruir-lhes o território. Mas adiante…
São portanto estes salafitas que financiam também os grupos rebeldes, que imbuídos do espirito da doutrina criaram a Al Qaeda e o ISIS.
Qual é o sonho do Islão? Ou melhor…qual é o sonho de 100% dos muçulmanos? Fazer a Jihad. Jihad no Al Corão não significa nada de mal. No Al Corão quer dizer apenas luta interior. Guerra interior. O Corão convida cada homem a fazer a sua guerra interior para a descoberta de si mesmo e a erradicação das suas próprias falhas. É um ensinamento de exigência consigo próprio de não-aceitação dos seus erros. (se bem que “mein kampf”= minha luta, significa exactamente o mesmo e olhem no que deu.)
Contudo, a Jihad da Suna , livro sagrado politico/religioso dos sunitas (que representa, 90% dos muçulmanos), já sai do íntimo de cada homem e vai ao outro. A Suna exige que essa guerra seja feita ao vizinho, ao conterrâneo. Ao outro devem ser intolerados e eliminados os erros.
Mas a Jihad salafi, é a jihad que é deveras assustadora porque é a jihad da Sharia levada à letra. É a Jihad aos judeus, ao Ocidente e por fim ao mundo inteiro. E essa é a Jihad que cerca de 15 a 20% dos sunitas pretende fazer e diga-se, estão a ser muito bem-sucedidos.É ridículo, eu repito RIDÍCULO, que António Guterres venha dizer que não faz sentido que jihadistas arrisquem a vida em botes! RIDÍCULO! Os sunitas em geral e os salafitas em particular não temem a morte! Eles cultuam a morte! Eles honram a Morte! Mais do que a vida!
É preciso referir que o total de muçulmanos no mundo está estimado em 1,6 mil milhões de pessoas, sendo que mais de 43 milhões já estão na Europa. É preciso ainda dizer que cerca de mais de 20 milhões de muçulmanos sunitas são salafitas.
Já o disse e volto a dizê-lo: Essa ideia de multiculturalismo que parece alucinar tudo e todos, está errada e acabará por se virar contra nós.
Deixemo-nos de alucinações e percebamos que ainda está estupidamente longe, o dia em que todas as culturas poderão viver lado a lado.
É a cultura de cada povo e não o nosso humanismo que nos faz determinar se está certo ou errado que uma mulher pague com a vida um episódio de adultério, sendo apedrejada em praça pública, ou que uma menina sofra de mutilação genital. É a nossa cultura e não a nossa humanidade que determina se é certo ou errado que uma mulher ou criança possam ser vendidas como escravas, ou obrigadas a casar com homens que nunca viram, em troca de um dote. É a nossa cultura e não a nossa humanidade que determina se está certo ou errado violentar uma mulher ou decapitar um homem porque Alá ou Maomé assim o ordena.
É a nossa cultura e não a nossa humanidade que determina se está certo ou errado sermos tolerantes. E lamento dizê-lo, mas temos então contra nós a imensa desgraça de sermos tolerantes.
Que se tenha em conta que para 90% dos muçulmanos, (a totalidade dos sunitas), o incentivo ao ódio pelo Ocidente e tudo o que ele representa começa a ser ensinado desde cedo nas escolas. Eles ensinam os seus filhos a temer e a odiar o Ocidente. Nós ensinamos os nossos filhos a aceitar e a amar todas as culturas.
Nós, nos países muçulmanos acatamos e respeitamos as suas regras. Os cristãos são inclusivamente obrigados a pagar a “jizya”, taxa de submissão para poderem professar a sua fé. Nós aceitamos os de fora e permitimos que eles se sintam “em casa”.
Nós não exigimos que todos tenham a mesma fé. E permitimos a todos que participem das mesmas actividades, rotinas familiares, eventos sociais. Mas nós temos uma cultura cívica comum, uma linguagem comum e uma esfera pública comum. As nossas sociedades estão construídas sobre o ideal judaico-cristão do amor ao próximo, e estendemos essa premissa a nativos e estrangeiros sem distinções. Aprendemos a respeitar a liberdade individual de cada um, e com mais ou menos vontade é isso mesmo que fazemos diariamente, muitas vezes num esforço hercúleo (é certo), para não gritar impropérios a quem, aos nossos olhos comete uma asneira. Mas nós reconhecemos o limiar de privacidade do outro e compreendemos que ir além dela sem ser convidado é uma transgressão. As sociedades ocidentais dependem da obediência a leis criadas para regimes democráticos onde totalitarismos não têm lugar. Radicalismos e extremismos religiosos muito menos. Não podemos contar com esta forma de estar e olhar para o mundo, quando falamos do Islão.
A quem hoje defende que lhes devemos dar espaço, amanhã, não tenho qualquer dúvida, estaremos a culpar, por nos terem conduzido ao desastre.
Mesmo que não tenhamos atentados como aquele que colou praticamente o mundo inteiro aos ecrãs de televisão há 14 anos atrás, mesmo que tudo corra sem derramamento de sangue, mais cedo ou mais tarde, com a nossa permissão e conivência, a Europa será islamizada. Com sunitas no geral e salafitas em particular, não é apenas o mal que fazemos que deve ser pago. O bem, também pode ter um preço demasiado elevado.

P:S.(Por favor, não precisam de comentar : " Ah,não generalizes e tal..." porque mais precisa do que isto, eu não consigo ser. Se estão à espera que eu vos diga que os maus são especificamente o Ali Babá e vos revele os nomes dos 40 ladrões, então lamento mas eu não sei. Nem eu, nem as autoridades europeias, que, se bem se lembram, estão a deixar entrar debaixo do seu nariz, magotes de gente sem qualquer identificação).