Thursday 22 November 2012

E os meus Óscares vão para:


O ÚLTIMO SAMURAI 

(HONRA, SABRES E TRADIÇÃO)


Tom Cruise é Nathan Algren, um oficial americano que se reencontra no mundo dos Samurai. Uma abordagem muito interessante ao eterno conflito entre a tradição e a modernidade. Um dos grandes filmes de 2004! Edward Zick sempre teve uma paixão pelo cinema de época. Glory e Lendas de Paixão explicam-vos melhor do que eu, o significado desta paixão do realizador que, com "O Último Samurai", consegue fazer do filme algo mais do que um veículo de promoção à mega-estrela Tom Cruise.




Parecendo que não, O Último Samurai é essencialmente uma crítica aos Estados Unidos. Uma crítica à sua política de expansão para Oeste, que só foi conseguida através de sucessivos massacres de tribos indias, os verdadeiros elementos tradicionais de um país que se convencionou chamar Estados Unidos da América. Nathan Algren é dos poucos americanos que ainda tem o discernimento para perceber que há coisas que são mais importantes que a glória. Sendo assim, encharcado em alcoól, Algren embarca para o Japão, a longinqua terra do sol nascente, para fazer exactamente o oposto que defende: treinar os exércitos japoneses na arte da guerra ocidental.
Mas no entanto chegando ao Japão, Algren redescobre na cultura samurai o mesmo espírito que a América possuía nas tribos indias. Nesse sentido, Algren redime-se ao associar-se aqueles que, na sua terra natal, ajudou a destruir. É assim que, ao lado dos samurais, defensores da tradição da cultura japonesa, que Algren recupera a sua honra.





Neste final do Século XIX o Japão estava numa encruzilhada histórica. O novo imperador Meiji era um homem fraco, controlado habilmente pelos magnatas japoneses que, a pouco e pouco, foram trocando a cultura tradicional nipónica pelos costumes do Ocidente. Enfrentando estes capitalistas orientais está Katsumoto, líder dos Samurais e mestre do Imperador. Apoiando-se numa cultura militar milenar, Katsumoto derrota os exércitos ocidentais do ministro capitalista Omura, e captura Algren. A principio seu prisioneiro, Algren torna-se seu amigo e a pouco e pouco companheiro. É ele quem o resgata do cativeiro e é ao seu lado que ambos se preparam para a última batalha da sua vida.



Apesar do filme ter uma notável fotografia, num retrato muito bem conseguido de uma pequena comunidade rural nas montanhas japoneses, é a cena da batalha final que tem maior poder visual, a lembrar um pouco Os Sete Samurais e Ran - O Senhor da Guerra do mestre Akira Kurusawa.

É bom ver filmes assim!!