Tuesday 15 September 2015



"Creio que quem melhor entendeu o que esperava a Europa foi Enoch Powell, deputado inglês do Partido Conservador, numa alocução que proferiu ainda nos anos 60. O problema não é a maldade intrínseca do Islão enquanto sistema de crença - de facto, ela não existe, sendo o Islão uma fé diversa e, por isso, com ramificações mais e menos tolerantes, mais e menos benignas, mais e menos conciliáveis com a modernidade -, mas os desafios que brotam da partilha do mesmo território por grupos de sensibilidades religiosas e políticas distintas. No caso corrente, trata-se de trazer para a Europa - avisada por uma tradição política de base cristã e, mais recentemente, nacional -, indivíduos que não se revêem nos nossos institutos de governação. Ora, isso levará necessariamente à dissolução daquilo a que Khaldun chamava asabiya, ou "solidariedade [união, partilha de propósito] entre elementos do corpo social". Julgo que é o enfraquecimento desse sentimento de pertença que tem dado origem às dificuldades de integração - juntamente com os seus efeitos mais evidentes, como marginalidade social, crime e tumultos."