Thursday, 31 August 2017

Se assim fores, meu filho, serás um HOMEM!

O dia 30 de agosto de 1994 foi o dia mais importante da minha vida porque fui tua mãe e graças a ti aprendi a ser mãe da tua irmã.
Quando eras pequenino eu costumava cantar-te o tema mais bonito do “Feiticeiro de Ozz” Somewhere Over The Rainbow, lembras-te? Adormecias no meu colo, embalado pela minha voz e a tua expressão, meu filho, a tua expressão doce como a de anjo, guardo-a para sempre. São mais minhas que tuas essas recordações da tua infância, todas as tuas estreias no palco da vida, o primeiro olhar, o primeiro choro, o primeiro sorriso, o primeiro passo, a primeira palavra… o teu primeiro amor…que sei, fui eu. 
Leva-me sempre no teu coração, para onde quer que vás. Tu jamais sairás do meu.
Agora compreendo as mães que acreditam que os seus filhos são os melhores do mundo! Se alguém te ferir profundamente, renasce das tuas cinzas. Enfrenta os teus desafios. Nunca te sintas vencido ou derrotado.
Não permitas que te convençam de que tudo termina em decepção. Ergue os olhos, fita-os no horizonte. Não te desejo amargo ou descrente. Tem fé...
Deixo-te as palavras de Rudyard Kipling que bem podiam ser as minhas:
“Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma, quando os outros os perdem, e te acusam disso, 
Se és capaz de confiar em ti, quando te ti duvidam e, no entanto, perdoares que duvidem, 
Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança e não caluniares os que te caluniam, 
Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine, e pensar, sem reduzir o pensamento a vício, 
Se és capaz de enfrentar o Triunfo e o Desastre, sem fazer distinção entre estes dois impostores, 
Se és capaz de ouvir a verdade que disseste, transformada por canalhas em armadilhas aos tolos, 
Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira e construí-lo outra vez com ferramentas gastas, 
Se és capaz de arriscar todos os teus haveres num lance corajoso, alheio ao resultado, 
e perder e começar de novo o teu caminho, sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado, 
Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos e fazê-los servir se já quase não servem, sustentando-te a ti, quando nada em ti resta, a não ser a vontade que diz: Enfrenta! 
Se és capaz de falar ao povo e ficar digno ou de passear com reis conservando-te o mesmo, 
Se não pode abalar-te amigo ou inimigo e não sofrem decepção os que contam contigo, 
Se podes preencher todo minuto que passa com sessenta segundos de tarefa acertada, 
Se assim fores, meu filho, a Terra será tua, será teu tudo que nela existe 
E não receies que te o tomem, mas (ainda melhor que tudo isto) 
Se assim fores, meu filho, serás um HOMEM. “

Foto de Ana Kandsmar.

Saturday, 19 August 2017

Xenofobia VS Realismo

Quando leio por aí comentários de gente raivosa a dizer que os muçulmanos não são humanos, são lixo, são animais, são rastejantes...etc,etc...lembro-me daqueles tempos em que os brancos acreditavam que os pretos não tinham alma, e eram uma espécie de freek show ambulante, cuja serventia não ia além da escravatura. 
Não aprendemos nada com a história. Nada! Continua-se a repetir o mesmo processo de ódio a quem é diferente, como se estivéssemos todos numa roda que nunca sai do mesmo lugar. Por esta altura do campeonato já era expectável que se soubessem as diferenças entre religião e raça, entre devoção e fanatismo, entre militância e terrorismo. Não aprendemos nada. 
Sou realista quando afirmo que o Ocidente corre o risco enorme de se islamizar, e que se queremos manter os nossos ideiais, os ideais porque lutamos desde a Revolução Francesa, Igualdade, Liberdade, Fraternidade, (não necessariamente por esta ordem), devem ser tomadas medidas de contenção, ou melhor, deviam, porque agora já é tarde. Temos mais de 45 milhões de muçulmanos na Europa, boa parte deles, segundas e terceiras gerações, considerados portanto, nativos nos países onde se fixaram. 
A média de natalidade entre as comunidades islâmicas é de 8 filhos por casal, sendo que 1 homem pode ainda ter outras mulheres, contra o filho e meio dos casais europeus. Tudo dito, não é? 
Prevê-se que daqui a 20/30 anos, o crescimento de muçulmanos na Europa seja de quase 70% e estes números indicam claramente todas as outras implicações adjacentes: Mais mesquitas; mais tribunais da sharia; mais conversões; mais mesquitas; mais tribunais da sharia; mais representações politicas; mais conversões...mais, mais, mais....só nós, europeus e cristãos ou ateus, ou qualquer outra coisa que não muçulmanos, seremos menos. Isto é realismo. Dizer qualquer coisa que se aproxime sequer do que consta da primeira parte deste texto, é claramente xenofobia. Xenofobia rasca, irracional, nos antípodas da razão e do equilíbrio. 
Quem diz que os muçulmanos não são humanos e são lixo, encarnam as tropas das SS que sob o comando de Hitler exterminaram milhões de judeus. O discurso é o mesmo. Exactamente o mesmo. Isto sim, é xenofobia. Há que identificar terroristas, e tratá-los eficaz e adequadamente. Mas esse é um problema que tem de sair da gaveta onde se mete o problema dos números elevados de muçulmanos que se tornarão a maioria na Europa.
Enquanto teimarmos em juntar estes dois problemas, não seremos capazes de resolver nem um nem outro e só estaremos a dar força a extremismos que nesta altura do campeonato, em pleno Sec.XXI, já não deviam existir. Pensem nisso.


A culpa é das estrelas...

Vá lá, meus amigos...que não se fale na tragédia da Madeira. Há 1: agora o tempo é de respeitar os mortos, há 2: Falar da coisa é fazer aproveitamento político da coisa; há 3: toda a gente sabe que com muitos ou poucos pareceres, muitos ou poucos relatórios indicando que a árvore em questão representava perigo, ninguém será responsabilizado. Neste país não se responsabilizam políticos. Eles são a classe privilegiada e intocável. Semi-deuses! Ai de quem lhes aponte o dedo! Não é de bom tom fazê-lo no facebook nem nos jantares de família. 
Há sempre quem se indisponha e se engasgue com o baguinho de arroz ou o caroço da azeitona. Que feio! Que feio! Não se fala de politica! Sobretudo se contra os políticos! São uns santos! Tudo dão por nós. Que ingratos somos por os acharmos responsáveis pela má ordenação florestal, a falta de meios no combate a incêndios, a desorganização dos organismos sob a tutela do MAI. 
Mas então, ninguém valoriza o sacrifício dos senhores quando desfilam de evento em evento, sufocados pelas suas gravatas chiques, os périplos pelo país inteiro a provarem queijinhos e presunto; as presenças constantes nos restaurantes gourmet, nas inaugurações disto e daquilo? Que ingratos somos quando não lhe valorizamos os sorrisos pepsodent, os beijinhos nas vellhinhas, os discursos bonitos! Tenham tento na língua! Eles ganham miseravelmente, (pagamos-lhes tão mal, coitados!) para nos servirem tão bem! Que ninguém ouse criticar. Afinal todos fazem o mesmo! Os males vêm de trás...de muito atrás... Se querem condenar quem nos governa hoje, porque é que não condenam quem nos governou há 4 anos? Há 10 anos? Há 20, 30, 50 anos? A culpa não foi do Estado Novo? Do D.Manuel? Do D.Dinis? Esse sacana que mandou plantar o pinhal de Leiria? A culpa não foi do D.Afonso Henriques que nos roubou à Espanha? Dos mouros? Dos visigodos? Dos celtas? Não culpem estes. Culpem os outros! Culpem os dinossauros! A culpa foi dos dinossauros! Cambada...A culpa foi do Big Bang... 



Saturday, 12 August 2017

"que tonta...o tempo aqui passa num instantinho..."

Ontem foi um dia mau. Eu sabia que estava a ser um dia mau. Só não sabia o quão mau seria.
Vou ter muitas saudades tuas. Mas tu sabes. Eu não preciso de to dizer. Espero que me visites nos meus sonhos. Há conversas que ainda não tivemos, perguntas que ainda não te fiz, respostas que ainda não me deste. A nossa amizade que renasceu depois de muito tempo, largos anos sem nos vermos, foi tão bonita, não achas?
Ainda não li aquele livro que me recomendaste, nem procurei aqueles vídeos no youtube... não tive tempo. Como não tive tempo para te visitar mais uma vez antes de partires...Que parva fui! Achava-te invencível...uma parte de mim sabia que partirias, mas outra...acreditava que ficarias desta vez para sempre...que o meu último dia ainda seria sentido com a satisfação da tua presença e que o teu último dia não aconteceria antes do meu... A primeira vez...lembras-te? A tua voz continuou tão viva que a reconheci no meio de centenas de outras vozes... Depois bastou um olhar e tu também me reconheceste...nunca mais nos largámos. Até hoje. Sei que em qualquer lugar ( espero que naquele lugar que esperavas encontrar), me sorris enquanto me lês, e murmuras: "que tonta...o tempo aqui passa num instantinho. Não falta assim tanto para nos abraçarmos outra vez..."
Vais reconhecer-me, não vais? Mete conversa comigo. Fala-me de astronomia, ou de física quântica, fala-me da última palestra a que assististe, o gajo esquisito que disse umas tantas coisas sem sentido...fala-me de coisas sem sentido. Eu encontrarei sentido em tudo o que me disseres porque saberei que és tu a dizê-lo.
Até um dia, querida Milena.😢 O café já está à nossa espera. 💗


Friday, 4 August 2017

Quase tudo se resolvia com um beijinho no dói-dói, lembras-te?




Não, não pensei que seria fácil. Claro que no tempo das fraldas e das sonecas a meio da tarde, os ralhetes e os castigos, uma palmada na hora (quero crer que certa), e as toneladas de ternura que partilhei contigo, suavizavam o caminho. Há sempre um encanto profundamente doce na infância. Quase tudo se resolvia com um beijinho no dói-dói, lembras-te? A vida era festa todos os dias, porque todos os dias aconteciam pequenas coisas que te faziam feliz. Um jogo divertido, um passeio no parque, uma ida à praia, um filme da Barbie ou um Happy Meal … Depois entraste naquele vórtice temperamental da adolescência e foi aí que iniciámos uma espécie de batalha. Em lados opostos das trincheiras, eu deixei de ser a fada e a heroína que vias antes e passei a ser a mãe chata, cheia de regras e imposições. De repente, deixaste de achar piada às minhas brincadeiras, embirravas com a arrumação do quarto, detestavas a roupa que te comprava. Fui fazendo cedências para não ser demasiado intransigente e tu foste ganhando o teu espaço. Hoje voltou a ser tudo mais ou menos como eu imaginei que seria quando crescesses. Trocamos a maquilhagem e as bijuterias, ouvimos as mesmas músicas e gostamos (quase sempre 😉) dos mesmos filmes. Falamos sobre tudo e sobre nada. Partilhas comigo o que entendes partilhar e eu esforço-me por não passar aquela barreira que protege a tua intimidade. Ainda nos desentendemos como se eu e tu falássemos línguas diferentes. Mas o pior, quero crer que já passou. És uma mulher. Quase pronta para o derradeiro voo, aquele que nos mudará para sempre porque há uma vida para além da minha que é preciso ser vivida e essa vida é a tua. 
Terminaste o secundário, vem aí uma nova etapa e o mundo inteiro aguarda-te. Tens mil e uma coisas para lhe dar. Dá-lhe as coisas certas. Amor, dedicação, empenho e alegria. Em troca terás pelo menos a certeza de que deste o teu melhor, da mesma maneira que quero muito acreditar que te dei a ti o meu melhor. Se alguma vez não dei, espero que me perdoes. Ser mãe é a coisa mais difícil do mundo. Um dia sabe-lo-às. 
Amo-te como se não houvesse amanhã, mas enquanto houver…amar-te-ei todos os dias.
(Parabéns, Mariana pelos teus 19 aninhos!💝💝💝💝 )