Thursday 9 March 2017

O policiamento semântico

Fillon afirmou  não ser autista, e logo foi denunciado por uma galáxia de associações iradas. Há, pois, sob pena de retaliação, que riscar do léxico a utilização comum de vocábulos como cego/cegueira, surdo/surdez, deficiente/deficiência, gago/gaguez, coxear, paralítico/paralisia. O Ocidente transformou-se num imenso campo de concentração.”
(Miguel Castelo Branco)
É melhor que se pergunte primeiro sobre o que é que se pode falar para não incomodar ninguém. Há por aí muitas “virgens” ofendidas que se transformam em verdadeiras “hooligans” famintas de uma boa cena de porrada. Valha-nos o Facebook que lhes tira as máscaras e mostra quem elas são. E quem são elas? São as defensoras do politicamente correcto. As que infestam as redes sociais com publicações que falam da igualdade, da fraternidade, da democracia mas censuram imediatamente quem mostra outra linha de pensamento. Essas são as “virgens” que matariam quem não pensa como elas, se soubessem que ao fazê-lo, não seriam presas. Matariam em nome da democracia. Como não podem matar, hostilizam, denigrem, combatem com recurso à mentira, colocando nas nossas bocas coisas que nunca dissemos. São estas as “virgens” que escrevem coisas “românticas” como “ Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito a dizê-lo” ao mesmo tempo em que “condenam à morte” quem se arrisca a dizê-lo! São as “Virgens” que estrebucham e latem como cães com esgana quando encontram quem se lhes opõe. Faltando os argumentos para rebater ideias, partem para ataques pessoais.
Digam-me do que é que eu posso falar para não incomodar ninguém! Restam-me se calhar as telenovelas, porque nem o futebol. Ai o futebol! Sou sportinguista e os benfiquistas arrasam-me.
Não posso mostrar que apoio Trump, Le Pen ou qualquer ideal nacionalista porque me torno racista, homofóbica, xenófoba, e o diabo a quatro. Não posso mencionar o perigo de uma islamização porque me chamam racista…outra vez. Não posso dizer que nem morta apoiarei grupos feministas porque me chamam "machista" ou pior misógina (mesmo sendo eu mulher, o que é que isso interessa?) Não posso dizer que não concordo com o aborto ou a eutanásia porque me chamam fascista. Ah…e retrógrada! Chamam-me retrógrada quase tantas vezes como as que mexem as pestanas. Não estou, portanto, na moda. Sou antiguinha. Cheiro a mofo e a naftalina! Depreendo que para se ser moderno deve-se é defender o AMOR recorrendo à defesa da morte. Para ser moderninha o meu cartaz devia dizer: “Eutanasiem-se e abortem-se para aí à vontade!”.
Não posso mencionar grupos como o LGBT, ou apenas gays, lésbicas ou transsexuais se não for para lhes elogiar as plumas e as lantejoulas com que se vestem nas paradas. Referir o "non sense", o "mau gosto", faz de mim homofóbica… outra vez.
Já agora…Para que raio servem as plumas e as lantejoulas? Não são já ridículos o bastante aqueles e aquelas ou devo dizer “aquelx” (ai a ideologia de género!),que para mostrar ao mundo com quem se enrolam na cama ganham trejeitos do sexo oposto? Dizia hoje um amigo que “talvez o façam para se convencerem a eles mesmos de que realmente são aquilo”. Sapatonas de cabelinho curto, botinha à tropa e maneirismos “à gajo” e larilas que afinam a voz, balançam as ancas para darem dois passos e andam com as mãos no ar como se enxotassem moscas…a sério? É preciso isso? E que tal se deixassem de guinchar como porcos a caminho do matadouro para que todos fiquem a saber quais são as vossas preferências sexuais e em vez disso, vivam, VIVAM, a vossa sexualidade da forma que vos faz mais felizes, com a discrição que é exigida a qualquer pessoa que não quer passar por ordinária, rameira, oferecida, vulgar.
Sabem, caros gays, lésbicas, trans, bi,tri, quadri e restantes renas do pai natal, ninguém quer saber de que forma é que chegam ao orgasmo. NINGUÉM QUER SABER! A vossa, a minha e a vida sexual dos caracóis só é interessante para vocês próprios, para mim e para os caracóis (respectivamente). Posto isto, caros pidescos, desculpem lá se vos incomodo, mas eu vou continuar a dizer o que penso. Quem não gostar faça o favor de ir ler as 50 sombras mais negras, as cenas do “ Avante” ou para os que preferem a lógica da batata, o Borda D’água.


Foto de Ana Kandsmar.