"A chuva acaba de fazer um intervalo e o sol espreita timidamente por detrás das nuvens. O cheiro da terra molhada é intenso e convidativo. Um dos aromas da natureza que mais amo. Faz-me lembrar dos primeiros dias de outono, a época sazonal de que mais gosto. Uma época de quietude e introspeção. Uma época de balanço, como aquela que invade os velhos em fim de vida. No outono reflete-se sobre tudo e sobre nada. Sobre as atitudes e as escolhas, sobre o passado e o presente. O outono é a época do ano em que parecem nascer todos os porquês do mundo e o futuro, ainda que mudo e invisível reveste-se de um manancial imenso de possibilidades.
É disso que gosto no outono. Na estação das primeiras chuvas e das folhas mortas levadas pelo vento, tudo é possível. A morte e o renascimento ligam-se ferozmente num enlaçar de mãos profícuo. "
(In O Livro de Jade do Céu")
É disso que gosto no outono. Na estação das primeiras chuvas e das folhas mortas levadas pelo vento, tudo é possível. A morte e o renascimento ligam-se ferozmente num enlaçar de mãos profícuo. "
(In O Livro de Jade do Céu")