Vinte e dois anos de somas: + amor+orgulho+esperança+companhia+sorrisos+ vida. Não te amo daqui até à lua, porque seria tão pouco. Amo-te daqui até não sei onde, porque o onde que não sabemos onde fica encontra-se por caminhos que não têm fim. Parabéns a nós que somos a extensão um do outro. Eu, a tua extensão para o passado. Tu, a minha extensão para o futuro.
Wednesday, 31 August 2016
Saturday, 27 August 2016
Soul até à Alma
Amy Winehouse foi uma figura de tragédia. Ela encarnou a figura do talento prodigioso que raramente aproveita as oportunidades que tem para ser o que merece: uma estrela amada. Amada pela sua voz, amada pelo seu timbre verdadeiramente ‘soul’, até amada pelos seus desastres.
Houve talentos desses consumidos pelas drogas e pelo álcool, destruídos pela fama e pela má-sorte. Mas Amy Winehouse foi uma espécie de Sísifo que não consegue transportar até ao cume da montanha o peso extraordinário da sua vida.
Caíu demasiadas vezes devorada pelos seus fantasmas ou pelo álcool, o que começou a ser um excesso, até mesmo para os seus fãs mais adolescentes, como uma repetição da desgraça, uma espécie de drama aguardado com a irregularidade de uma coisa que já não seduzia nem impressionava.
Para mim,uma das vozes mais marcantes dos últimos anos.
O Paciente Inglês
My Darling,...
"... I'm waiting for you — how long is a day in the dark, or a week? (...)
I know you will come and carry me out into the palace of winds. That's all I've wanted — to walk in such a place with you, with friends, on earth without maps."
Friday, 26 August 2016
Há filhos orfãos de pais vivos.
Desistir de desistir. (A todas as mães que não desistem.)
Tenho algumas amigas que são pais e mães de pequenas crianças ou jovens adolescentes. Uma delas, que carrega sobre os ombros o pesadíssimo e solitário mundo do “tudo eu”, pediu-me há uns dias: “Deixo-te o mote: «Há filhos orfãos de pais vivos». Sei que vai sair daí um texto com tudo o que eu gostava de escrever mas que não consigo.”
Tenho algumas amigas que são pais e mães de pequenas crianças ou jovens adolescentes. Uma delas, que carrega sobre os ombros o pesadíssimo e solitário mundo do “tudo eu”, pediu-me há uns dias: “Deixo-te o mote: «Há filhos orfãos de pais vivos». Sei que vai sair daí um texto com tudo o que eu gostava de escrever mas que não consigo.”
Eu própria sou mãe de um jovem adulto e uma adolescente (quase, quase jovem adulta), e faço sozinha, desde há vários anos, o que posso e tantas vezes o que não posso para que eles sintam em todos os dias das suas vidas que eu estou cá para eles. Que eu não desisti deles.
E isso pode ser um paradoxo, porque não desistir deles, levou-me muitas vezes a desistir de mim.
Quem é que não faz a menor ideia do preço que uma mãe paga para criar os seus filhos sozinha? O pai. O pai que desistiu. O pai que não quis saber. O pai que aproveitou todas as vantagens de não ter que se preocupar com outras vidas dependentes da sua, e recomeça, absolutamente egoísta mas também absolutamente livre.
Posso contar-vos uma história:
Era uma vez uma jovem mulher que se cansou de viver ao lado de uma pedra. Um dia, depois de muito tempo a tomar copos de vermute na varanda e a ouvir Andréa Boccelli, ganhou coragem para fazer cair o pano da peça de teatro em que era personagem secundária. Caiu o pano. Olhou os adereços. Estavam feios e gastos. Pegou no guião, rasgou-o e reescreveu a sua história.
Uma mulher, duas crianças, as suas roupas e uma cadela que se chamava Maria,(tinha o pêlo cinzento encaracolado e os olhos mais doces do mundo).
Trocou o inferno do luxo de uma vivenda construída a gosto por um apartamento exíguo e velho. Levou com ela tudo o que lhe era importante e deixou para ele as coisas que não têm importância nenhuma mas que ainda assim, ele defendeu como uma loba que protege as crias: A casa, os móveis, os electrodomésticos, os cortinados rocócó que ela sempre detestou, o ouro que lhe fora dado pela mãe e que ele achou por bem esconder para que ela não pudesse levá-lo. É quase a cantiga da Ágatha: “Podes ficar com as jóias, o carro e a casa…”Ele ficou. E nem tentou ficar com eles.
Hoje ela nem conta pelos dedos as vezes que não se reconheceu ao ver o seu reflexo ou quantas vezes chorou a olhar para os miúdos, sentindo que o mundo inteiro, repleto de gente, só os tinha aos três. Ela não conta quantas vezes já se sentou no chão atrás da porta e desistiu…ou numa calçada no meio da rua e desistiu. Ou se deitou na cama, fechou os olhos… e desistiu.
Primeiro vieram os aniversários das crianças e nem uma vez o telefone tocou e a voz do pai do outro lado, disse: “ Parabéns.”. Depois os Natais. Mais uma vez o telefone mudo, a ausência e a falta de um presente. Já lá vai mais de uma dezena de anos. Deixou de doer.
Quem é que não faz a menor ideia do quanto a vida pode ser difícil para uma mulher que desistiu de o ser para nunca desistir de ser mãe? O pai. O pai que nunca desistiu de nada a não ser de ser Pai.
A mãe que um dia decide mudar o cenário e reescrever o seu guião, falha inúmeras vezes. A mãe falha. Várias vezes. E nada ao redor dela muda. Nada. Nem os ventos, nem as marés. O Universo não tem pena dela. Não importa quantas vezes ela implora, ou quantas vezes ela se humilha, ou se sente só. Não recebe nenhum sinal divino. Então, ela cansa-se, inclusive, de desistir. E como quem não se pode dar ao luxo de parar, ela continua.
Toda a tristeza e dor que carrega no peito é dela e ninguém a sente como ela.
Há dias em que não acredita em novos amanheceres e contradiz tudo o que já viveu, a malícia do tempo e a veracidade da sua própria memória. Ela, que amou tão poucas vezes, mas que amou muito em todas elas, sabe que o amor não é como os outros sentimentos. O amor tem uma lâmina escondida que a corta e lapida. Dói. Depois dele, nunca mais se é a mesma. Mas a vida não lhe dá escolha: Há que vivê-la. Levantar depois das quedas. Superar. Faz parte. E dá medo.
Todas as mães que levam pela mão os filhos que os pais não quiseram, sabem que vão para uma guerra e que não haverá armadura ou elmo que as proteja.
Todas as mães que levam pela mão os filhos que os pais não quiseram, são feitas de muito mais coragem que medo. Todas. Qualquer mãe sabe disso. Mesmo que de vez em quando o esqueça.
Às vezes ela chega ao limite, mas aguenta-se. Estoicamente. Então, ela percebe que pode aguentar um bocadinho mais, e o seu limite vai ficando cada vez maior.
Todas as mães que levam pela mão os filhos que os pais não quiseram, são heroínas de histórias que devem ser partilhadas. Ensinadas. Valorizadas.
O mundo está cheio de nada para lhes dar e ainda assim, elas nunca desistem. Porque desistir na verdade, não é opção. É apenas um pedido de socorro que só elas ouvem.
Todas as mães que levam pela mão os filhos que os pais não quiseram, ensinam aos filhos que não há coração de pai que não os aceite. Há é pais sem coração.
Tuesday, 23 August 2016
Os Intocáveis...(d)a realidade que supera a ficção
( A propósito do caso do rapaz de Ponte de Sôr)
O mais incrível no meio disto tudo, é que para tantas pessoas, desde que um caso envolva muçulmanos, já não se pode comentar desfavoravelmente (para os muçulmanos claro, mesmo que nunca se toque no pormenor religioso), porque fazê-lo é sinal de xenofobia, preconceito e racismo. Ora portanto, se um muçulmano atacar um português/nãomuçulmano, a culpa é certamente do português que o terá ofendido primeiro com declarações xenófobas e racistas e o muçulmano só se defendeu.
Se é o português que ataca o muçulmano, o português deve ser exemplarmente castigado porque atacou um ser indefeso,pertencente a uma minoria e que não tem culpa de ser alvo da xenofobia, racismo e preconceito.
Imagine-se um tipo que é seguidor de Alá e comete uma violação. Se a vítima o quiser denunciar terá que estar preparada para responder a um chorrilho de perguntas. Todas elas iguais (ou parecidas com esta: "Está a denunciar o pobre rapaz porque ele é muçulmano, não é? confesse lá. Admita. Você não está nada preocupada com a violação. O que a chateia realmente é o facto de ele ser muçulmano." Isto repetido à exaustão, dá vontade da vítima, vencida pelo cansaço, acabar por gritar: " Quero que se f** os muçulmanos! "
E pronto. A xenofobia acaba de ser provada. C'um catano! Imagine-se este cenário,se um muçulmano se lembra de matar alguém. Porra...dá para denunciar? Se calhar não dá porque o assassino é muçulmano. Ainda se fosse da Igreja do Sétimo Dia, ou Testemunha de Jeová... Enfim...Azar do caraças!
Ou seja: Não toques nos muçulmanos, por favor! Se alguém te quiser fazer mal, só tens direito à defesa se o teu agressor não for muçulmano. Se for, tem lá paciência. Deixa-o fazer-te o que lhe apetecer e a seguir pede-lhe desculpas.
(isto está a ficar bonito, está!)
Friday, 5 August 2016
Porque hoje fizeste 18 anos...
Começo por dizer-te Obrigada.
Obrigada por não seres exactamente como eu te idealizei em sonhos. Fascina-me constatar que és única, diferente e muito, muito melhor que qualquer sonho.
Tenho escrita no meu coração, uma longa lista das coisas que deveria ter feito contigo e para ti, e não fiz. Às vezes pergunto-me se no teu coração haverá alguma pequena lista das coisas que sim, fiz.
As receitas para a felicidade costumam ser muito simples: ri muito (inclusive de ti própria, acima de tudo de ti própria) e ama muito. Ama os teus amigos, o teu trabalho, (faz um trabalho que ames, para que nunca tenhas que trabalhar), ama a natureza que te sustenta e te rodeia, ama a quem te fizer "objecto" do seu amor e partilha a tua vida com quem achares digno dessa partilha. Respeita o teu corpo. O teu corpo é um templo, não um terminal de autocarros. Num templo entra quem vem para adoração. Ao terminal, vai apenas quem está de passagem.
Desejo que encontres o amor firme, profundo e quotidiano de um homem íntegro e que o vivas para o resto da vida. Mas também desejo que nem que seja por uma só vez, experimentes a loucura, a paixão total e esmagadora, que a vivas plenamente e a deixes ir depois.
Quando quiseres correr atrás do arco-íris, fá-lo. Mas aproveita cada troço do caminho que te leva até lá.
Lembra-te que a mais audaz, a mais altruísta das intenções não vale a mais pequenina das acções. Por isso, mesmo que não consigas fazer o melhor, faz alguma coisa.
Nada me ensinou tanto como ensinar-te a ti. A meio de um qualquer sermão que te pregava, vi com clareza as minhas próprias falhas e tentei dar uma reviravolta à minha vida.
E por isso, pelo amor, pelos nossos 6.570 dias, Obrigada!
Subscribe to:
Posts (Atom)