Monday, 27 January 2014

Auschwitz

O Holocausto de que Auschwitz ficou como símbolo maior, é algo que ainda hoje consegue espantar-nos pelos caminhos a que podem levar o fanatismo ideológico. 
Como não deixa de surpreender que também hoje, perante a monstruosidade repulsiva do Holocausto, haja ainda quem o negue (decerto para que ele volte a acontecer),- como gostariam de o ver de regresso com a destruição de Israel -, nessa fantasia paranóica dos que, com o lenço “fatha” ao pescoço, lambem a propaganda do Hamas e a repetem da mesma forma que os velhos adoradores das SS gabavam nestes, a sincronia dos seus passos de ganso após atulharem as câmaras de gás com as descargas dos seus ódios aos judeus. 
Passaram então 69 anos. Que nunca mais se repita.


Saturday, 25 January 2014

Fazer aos outros o que não gostamos que nos façam a nós: É da PRAXE!

Há uma lista imensa de coisas que não são toleráveis numa sociedade que se diz minimamente civilizada e desenvolvida. Entre muitas outras, vem-me assim à cabeça, conduzir com excesso de álcool, destruir propriedade alheia, defender e/ou praticar a violência doméstica e PRAXAR. Ontem, vinha no carro de Torres para Caldas, e ouvi, durante o percurso, um debate na Rádio Renascença sobre este ritual que marca o início da vida universitária para milhares de jovens. 
Sempre considerei as praxes tão perniciosas como qualquer outra forma de controlo e manipulação de uns sobre outros. Quase uma espécie de bullying consentido pelas vítimas e qualquer forma de bullying, deve ( a meu ver), não apenas ser combatido, mas exterminado, especialmente tratando-se deste bullying: praticado numa fase da vida juvenil, em que demonstrações de poder misturadas com violência gratuitas, não fazem qualquer sentido. 
Como tal, depois de ouvir os intervenientes deste debate na rádio, - entre eles o reitor da Universidade Católica- , afirmando que as praxes enquanto fomentadoras do bom enquadramento dos caloiros no novo meio escolar, devem continuar a existir, eu digo com toda a legitimidade que me assiste, que todas as praxes ,(nos moldes em que são feitas), deviam ser proibidas! Todas! Mesmo as mais inócuas, engraçadas, wathever, "consentidas" pelos caloiros. 
E se a minha opinião é esta porque tenho um filho a frequentar a universidade, e que, para meu alivio não aceitou ser praxado, - (graças a Deus), esteve-se “cagando” para a integração e boa harmonia entre ele e os colegas mais velhos- , também é verdade que penso desta maneira porque acredito que na verdade a maioria dos caloiros não "consente" nada, nem tão pouco lhes passa pela cabeça que o pode fazer. Os caloiros que muitas vezes aparecem nas grandes cidades para frequentar o ensino superior, são da província, (convém não esquecer) e para além de todo um novo meio escolar envolvente, deparam-se com uma nova cidade, distante do local onde deixaram familiares e amigos e sentem-se por isso, perdidos, de parte nenhuma, completamente “estrangeiros”, nesta nova etapa das suas vidas. 
É perfeitamente normal que o maior desejo que têm, seja precisamente o de se sentirem integrados, enturmados, fazendo parte de um grupo de quem esperam posterior camaradagem e protecção. Obviamente que não quero com isto dizer que todos os praxados são uns totós, uns nerds, completamente xoninhas e sem um pingo de personalidade. Agora, também não duvido, que muitos destes miúdos sejam de facto tudo isso e muito mais. Não duvido que muitos entrem no ensino superior exactamente com a mesma postura que levaram do secundário: submissos, habituados a apanhar e bem treinados no exercício de “lamber botas”. 
Mas tudo isso é irrelevante. Como é irrelevante que quem sofre de incontinência use ou não fraldas. Quem é incontinente, mija-se e pronto. Estar lá a fralda ou não estar, não muda nada.
 Da mesma maneira, querer realmente ser praxado ou aceitar sê-lo para não ser excluído, não altera o facto de que vai sofrer do mesmo rito humilhante. 
As praxes deviam ser encaradas pela Lei como aquilo que geralmente são: um “protocolo de boas-vindas” perfeitamente dispensável, cujo único objectivo é mostrar quem manda, quem está no topo da hierarquia estudantil. Mais: a praxe é obviamente acarinhada por quem – sem sombra de dúvida-sofre de distúrbios que põe em causa o caracter de quem as pratica e reveladora de uma maldade e psicopatia facilmente comprovada pelas actividades humilhantes, traumatizantes e muitas vezes dolorosas que neste contexto se vão aceitando e até aplaudindo. Nada mais estúpido. E triste. Nada mais triste do que, ansiando pela aceitação e sensação de pertença a um grupo, se entregue de bandeja, a dignidade, decência e até mais importante, a segurança psicológica e física. A recepção aos caloiros, quando feita dentro dos parâmetros normais, decorre, ou deve decorrer com algum tempo dedicado à integração, tempo esse que até pode incluir algumas brincadeiras, desde que elas não firam o senso comum que marca limites óbvios à falta de respeito, manifeste-se ele em forma de praxe ou outra qualquer.
O Código Penal é muito claro nesta matéria, quando rotula de crime este tipo de actividade. É infelizmente menos claro, quando tem lacunas graves quanto à sua aplicação. E a razão é simples. Nestes casos é praticamente impossível punir os responsáveis pelas praxes devido ao “consentimento” dos praxados. 
Enquanto isto, ignora-se que consentimento aqui é utopia, se tivermos em conta que, para a maioria dos caloiros há coerção, coacção, chantagem e sei lá mais o quê. Claro que há outras causas que levam alguém a ser praxado: Baixa auto-estima,falta de “tomatinhos no sítio” para dizer NÃO, inconsciência ou até mesmo ingenuidade. 
E é por tudo isto que, mais importante que legislar sobre o sexo dos anjos, como comummente se faz neste país, devia legislar-se sobre as praxes, limitar os parâmetros em que elas podem ser feitas, determinar inequivocamente essa questão do consentimento e responsabilizar as universidades pelas mesmas, quer elas se façam no próprio espaço ou fora dele. 
Que ao menos se aproveite a tragédia do Meco para criar, quiçá, uma task force que inclua polícia, MP, psicólogos e o caralhinho mais que for preciso, para, não só acagaçar quem tem prazer em acagaçar os outros, como também garantir o conhecimento da nova lei por parte das bestas e das suas potenciais vítimas, e consequente entrega dessas mesmas bestas à Justiça. 
Ontem depois do tal debate, fiquei porém com uma certeza: Toda esta questão que envolve as praxes vai acabar por morrer na praia. No que toca às 6 mortes do meco, cada um dos intervenientes diz, contradiz-se, cala-se e, basicamente faz o que quer para safar o coiro. A verdade do que aconteceu tornar-se-á secundária. 
Os pais dos miúdos, quebrados pela dor, vão acabar por ceder, ou tornar-se numa espécie de "mães do rui pedro", de quem todos têm pena mas cuja fé não partilham. 
E se nem a morte destes jovens (os do meco e outros que perderam a vida em consequência das praxes), nos faz mudar o que deve ser mudado, então, não há porque nos queixarmos que os jovens de hoje não têm limites, nem tão pouco haverá formação superior que valha a pena. 
O DR só é meritório e digno de respeito, se o nome que lhe sucede for o do baptismo e por este andar, os consultórios, gabinetes e outras salas de trabalho dos doutores do futuro, terão nas respectivas portas, placas que a mim (pessoalmente), não inspiram confiança. Sejam eles, Dr. Jaime Besta, Dr. Paulo Pulha, ou Dr.João Assassino.


Wednesday, 22 January 2014

Monday, 20 January 2014

Through the Wormhole

A ver a série documental Through the Wormhole narrada por um dos meus actores preferidos, Morgan Freeman. De vez em quando sinto os meus "tico e teco" a cambalear até caírem para o lado, mas vale a pena. Efectivamente, Deus preenche na perfeição a lacuna que existe no nosso conhecimento. 
Resta saber se quanto mais conhecemos mais nos afastamos Dele ou pelo contrário, mais nos aproximamos.Acredito que, conheça-se o que se conhecer,a existência de um Criador vai muito além de uma questão de conceitos ao mesmo tempo em que se resume a uma simples questão de nomes. Não ficarei espantada se um dia descobrirmos que andamos há milénios a rezar, a tentar das mais diversas formas uma conexão com o que é afinal um imenso emaranhado de equações matemáticas, quânticas, ou um complexo evento cósmico do qual resultaram as 4 forças que parecem comandar o universo ou, (como afirmam alguns homens da ciência) os multiversos. 
Seja qual for o resultado das próximas descobertas, de uma coisa também sei que ninguém me consegue convencer: que somos obra do acaso.
E porquê? Porque se é perfeito demais, não pode ser casual. E tudo o que nos rodeia, inclusive nós, com as nossas imperfeições, somos perfeitos demais.



Saturday, 18 January 2014

Acabei de ler hoje o livro de José Luis Peixoto que se chama "Livro". No caso de algum realizador sentir uma vontade incontrolável de adaptar este romance ao cinema, sugiro um nome igualmente fantástico: "Filme".



O amor é um animal selvagem que chega até nós em silêncio. Aloja-se em nós e ocupa cada ponto do nosso corpo, mais…toda a nossa vida. O seu poder é de contaminação total. O amor é esse conflito permanente: liberta e agarra, é doçura e amargura, refaz e desfaz, ressuscita e adormece, faz-nos sonhar e confronta-nos com a realidade pura e dura. Dá à luz. Mas também tem o poder de nos matar. No amor oscilamos entre tudo poder ser e nada poder ser, a impossibilidade de tudo. É isto o amor…é disto que é feita a vida

Friday, 17 January 2014

Ângela está numa relação e é Complicado.

Esperem um bocadinho. Vou só ali vomitar e já volto..



Thursday, 9 January 2014

Noticia de última hora:


José Sócrates não voltará a justificar as suas opções clubistas.

Decepcionado com os portugueses, devido ao impacto negativo que tiveram as suas declarações após a morte de Eusébio, José Sócrates garante que se Cristiano Ronaldo morrer primeiro do que ele, nunca explicará porque é que foi sempre do Sporting.
" Recusar-me-ei a contar ao povo português, as recordações que tenho daquele dia 31 de Fevereiro, um dia inesquecivel, em que vinha da escola, e decidi, graças a Cristiano Ronaldo, ser um adepto leal ao Sporting, para toda a minha vida".


Wednesday, 8 January 2014

"E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível."
Albert Camus


Friday, 3 January 2014

Mango recusa-se a pagar indemnização por 1100 mortos no Bangladesh

Janeiro 2, 2014 - Análise, Internacional
Oito meses depois da tragédia que vitimou mais de 1100 trabalhadores precários que faziam roupa para multinacionais europeias e americanas no Bangladesh, foi criado um fundo de 40 milhões de dólares para compensar as famílias das vítimas. Várias das empresas que exploravam estes trabalhadores que recebiam até 38 euros por mês – Bonmarché, El Corte Inglés, Loblaw, Primark, concordaram em contribuir para o fundo. A Mango recusa-se a pagar, divulgou o New York Times.


A tragédia da Rana Plaza, em Savar, no Bangladesh, é apenas mais uma das horríveis faces do modelo de exploração máxima e precarização total do trabalho. Foi em Abril de 2013 que, mesmo com a ameaça clara de derrocada (havia uma racha aberta visível no edifício e houve avisos para que as pessoas não fossem trabalhar), os patrões locais das multinacionais estrangeiras apressaram quem trabalhava na gigante fábrica de roupas a entrar para cumprir os prazos das encomendas. Entre elas estavam encomendas de pólos e tshirts da Mango, entre várias outras empresas.

A tragédia constituiu mais um marco negro da história da super-exploração. Quem trabalhava na Rana Plaza ganhava tão pouco quanto 38 euros por mês, sem horários regulados e sob a pressão constante das encomendas. A escravatura é o modelo de trabalho das empresas que fazem a sua fortuna com a precariedade total.

O modelo económico destas empresas multinacionais baseia-se no corte de custos com as matérias primas, na desregulação do trabalho, na sua deslocalização para os locais com as piores condições sociais, laborais e ambientais possíveis, como é o caso do Bangladesh. E em nenhum caso as empresas se responsabilizam pelas consequências do que acontecer a quem vive nestes locais e trabalha para que os seus lucros sejam máximos. As vendas anuais da Mango são de 10 mil milhões de euros.

A Mango encontra-se em crescimento, e a sua estratégia foi cortar os seus preços para responder à recessão desde 2008. Fê-lo baixando os custos de mão-de-obra através de outsourcing e deslocalização da produção. A sua deslocalização para o Bangladesh fazia parte desta estratégia, e segundo os trabalhadores produziam-se já roupas da Mango em Rana Plaza.

A empresa espanhola afirma que estavam ainda em fase de testes e recusa-se portanto a contribuir para o fundo de apoio às famílias dos trabalhadores.

Rana Plaza é o mundo de sonho de todos aqueles que defendem a flexibilidade, a competitividade e a concorrência como forma de pôr todas as pessoas que trabalham no mundo a correr para o precipício. Rana Plaza é o desfecho da competição máxima. E muitas destas empresas lavam as suas mãos de pagar qualquer compensação, porque há milhares de outras Rana Plaza para onde deslocalizar-se, e centenas de milhões de outras pessoas para trabalhar a 38€/mês. Em Rana Plaza produzia-se roupa para a Benetton, a Bonmarché, a Cato Fashions, a The Children’s Place, El Corte Inglés, Joe Fresh, Mango, Matalan, Primark e Walmart.