Tuesday, 14 May 2013

O escritor português, Luis Miguel Rocha, autor de Best Sellers como " A Filha do Papa" esteve no Programa Feedback da Mais Oeste Rádio. Mais de 60 minutos repletos de temas interessantes e actuais. Livros, literatura, Igreja Católica e Vaticano. Mais de 60 minutos que valem a pena recordar.

(Parte II)

( Parte III )

(Parte IV)

(Parte V Final)

Sunday, 12 May 2013

Guys VS Girls :)))))

Friday, 10 May 2013

A Filha do Papa. Leram?



Entretanto já coloco aqui o audio da entrevista.
(Ah...e não é por nada, mas este é mesmo um dos meus autores contemporâneos favoritos.)
Luis Miguel Rocha, foi uma honra entrevistar-te!



Sunday, 5 May 2013

A mãe morreu...

Para todas as mães deste mundo e arredores. Em especial para a minha. ♥

Da mãe, os filhos só vêem o que é mãe. Só conhecem a mãe. A mãe é sopa e o cheiro dos refogados. A mãe é a mão que esfrega as costas no banho, que escova o cabelo enriçado, que seca o cabelo molhado, a mão que afaga, que estraga. A boca que sopra a sopa, que sopra a ferida. Os filhos são os parasitas da mãe. Comem-lhe o coração que cresce da noite para o dia para que nunca lhes falte o pão-coração. O que é que a mãe quer? A mãe não quer nada. Quem tem mãe, tem tudo, diz a quadra, e quem é tudo não precisa de nada. Então, o que há-de querer a mãe? Não é dela o coração que nos alimenta, que bombeia o amor que nos entra nas veias, que nos corre na casa? E quem é que quereria a mãe? Se a mãe ainda quer, se a mãe ainda sonha, se a mãe ainda crê, perde tempo. A mãe tem dois filhos. Nós somos tudo o que a mãe pode querer, tudo o que a mãe está autorizada a querer. Quando respira, é mãe. Quando passa a roupa, é mãe. Quando come, é mãe. Quando aquece o prato solitário no micro-ondas, quando, à noite, vê televisão em silêncio, quando adormece sozinha na cama, quando na cama acorda sozinha, quando o corpo se move nos sonhos e não toca ninguém, quando toma banho e a água escorre pelos veios do corpo e só a água visita certas sombras de corpo, é sempre mãe e mãe e mãe. A mãe não pode dizer nada. Não pode dizer que está farta desta merda e que quer desistir, que está cansada de ter uma vagina e um útero que só existem nas consultas de ginecologia, que só existem para as dores, os miomas, as hemorragias. A mãe não pode sofrer por ela, porque mãe é mãe, só há uma, mater dolorosa, pietà de filho morto nos braços; e a piedade que ela merece? Os braços que hão-de segurá-la? Ontem, a mãe apaixonou-se e os filhos fizemos cara de nojo, apontámos os nossos dedos mimados ao coração da mãe, que é nosso, que diariamente o comemos. Quem nos dará o coração? Quem se alimenta da felicidade selvagem que a mãe descobriu? A mãe apaixonou-se e isso foi um erro e um erro é vida. Agora, a mãe pode voltar a sorrir por ela, a sofrer por ela, a comer o seu próprio coração. Mas nós, filhos-parasita, não queremos a mãe-canibal. O livro começa assim: “Ontem, a mãe morreu.” E prossegue: “Ontem, por fim, voltou a ser apenas uma mulher.”

(Bruno Vieira Amaral)


Para os meus filhos...

Por mais anos que passem pela vida dos nossos filhos, para nós, eles serão sempre as crianças que oferecemos ao mundo. :)

♥♥

Se nós, Mães, pudéssemos transmitir aos nossos filhos apenas vinte por cento da opinião que temos deles, a sua auto-estima seria indestrutível.

Rafael e Mariana, Ninguém mais do que vocês, merece que eu vos dedique algumas palavras.

Na verdade, nenhum livro, por maior que seja, poderá ter escrito tudo quanto seria possível dedicar-vos.
Mas ainda que eu não escreva nenhum livro, ainda que as minhas palavras sejam poucas, são sinceras, verdadeiras e todas elas saem do meu coração com a esperança imensa de entrarem no vosso.
A sensação mais forte, mais profunda, que me invadiu, quando vos apertei pela primeira vez contra o meu coração foi a de DAR. Dar-vos a vida. Dar-vos alimento. Dar-vos Amor. Dar-vos segurança...
E essa sensação acompanha-me docemente enquanto vos vejo crescer!
Qual é o melhor do meu mundo... o Sol, a Lua?
O que eu não vos daria se pudesse...Mas sou apenas mãe.
Muitas vezes, nos vossos primeiros anos, fui o vosso escudo, o vosso anjo, a vossa fada.
Agora, que diante de vós se abrem os caminhos e estou cada dia mais perto de vos deixar partir, poderei sempre oferecer-vos as minhas palavras para que vos acompanhem e ajudem... Para que, inclusivamente, sorriam ao ouvi-las. Porque contar-vos experiências, agradecer-vos, pedir-vos perdão, e recordar... tudo, tudo festeja a maravilha de vos ter.
Gostaria tanto de proteger-vos...
Das palavras falsas de quem se dirá vosso amigo, da nota injusta no exame para o qual estudaram tanto, da chuva que estragou aquele tão esperado passeio, de depositarem a vossa fé em algo ou alguém que acabará por vos desapontar... De amarem a pessoa errada (não porque ela não vos agrade, mas porque não saiba fazer-vos felizes.) De serem magoados e de sofrerem, de todas as traições, decepções, doenças, tudo, tudo... E contudo eu terei de abrir-vos a porta e dizer-vos : Vão e vivam a vossa própria vida!
Um bastião de integridade, um farol para orientar corajosamente o vosso destino, assim queria eu ser para os dois, sempre.
Mas, por vezes, esta torre inclina-se, e tudo à minha volta escurece.
Então, sinto as vossas mãos no meu ombro, e ouço as vossas palavras de conforto.
Percebo nesse momento, que não estou sozinha, e tudo volta a encher-se de luz...
O meu coração está desde sempre convosco.
Já vos acompanhou na escola, no recreio. Nas barulhentas festas de aniversário, nas vossas brincadeiras com carrinhos e bonecas.
Hoje, ele acompanha-vos na cumplicidade com que trocam os vossos segredos, nos primeiros amores que vos faz bater o coração mais depressa, na emoção, com que vivem cada experiência da vossa vida pela primeira vez.
Desejo... Que descubram que as melhores coisas deste mundo, não têm preço, mas sim muito valor: Uma gota de orvalho numa pétala de rosa ao amanhecer, os entardeceres na praia, a mãozinha do bebé a apertar a vossa...
Que sim, seja a pessoa que amam quando tocar o telefone, a tempestade a fustigar as janelas, e vocês, com quem vos for mais querido, protegidos dentro de casa, a alegria do vosso animal de estimação quando regressam... A palavra Obrigada... A palavra Perdão...
E desejo que descubram que as coisas que, sim, têm preço são apenas aquelas que a vida nos dá, e que a vida pode tirar-nos tudo, num só instante. Devem por isso, viver de espírito livre , ligados unicamente ao que poderem transportar no coração.
Desejo que a madrugada vos surpreenda a conversar com amigos, a defenderem apaixonadamente as vossas convicções...
Que acreditem sim, que podem contribuir para um mundo melhor.
Desejo também que nunca cresçam por completo, que guardem no vosso coração a ingenuidade de acreditar que, por vezes, o mundo pode ser mágico, (mas nem todos são capazes de o ver),que nem sempre as causas justas são impossíveis, que há dias que amanhecem duas vezes...
Desejo que encontrem o Amor firme, profundo e quotidiano de alguém que vos saiba fazer felizes. E que o vivam para o resto da vida.
Mas também desejo que, nem que seja por uma só vez, experimentem a loucura, a paixão total e esmagadora que nos leva ao céu e ao inferno. Que a vivam plenamente...e a deixem ir, depois.
Desejo que descubram o prazer da leitura, a embriagadora sensação de viver, por umas horas, com os personagens de um romance. A fascinante possibilidade de esquecerem a inquietação ou a tristeza, viajando nas páginas de um livro, para África, ou morrendo de amor na areia escaldante de uma praia paradisíaca.
E também vos desejo, a profunda emoção da poesia. Que o vosso espírito vibre com a palavra exacta que expressa o que sentem...
Levem-me sempre no vosso coração, para onde quer que vão.
Vocês jamais sairão do meu!
Agora compreendo as mães que acreditam que os seus filhos, são os melhores do mundo.
Não vos desejo amargos ou descrentes.
Se alguém vos ferir profundamente, renasçam das vossas cinzas. Enfrentem os desafios. Nunca se sintam vencidos ou derrotados.
Não permitam que vos convençam de que tudo termina em decepção. Ergam os olhos, fitem-nos no horizonte.
E tenham fé...
Desejo que tenham fé em Deus. Que sejam sempre capazes de O procurar ou imaginar como souberem ou como poderem, mas não desistam de O encontrar.
Não vos parece que a vida seria demasiado absurda se não existisse algo mais? Basta olharem ao vosso redor para O encontrarem das formas mais diversas.
A mim… basta-me olhar-vos.

Friday, 3 May 2013

La hora chanante

Porque é que eu não encontrei isto antes? :) Com todo o respeito Iron Laidy, ainda não é tarde.


O Preço da Apatia






Há falta de informação e talvez uma certa preguiça em se tentar saber o que se passa neste mundo e que não é contado na comunicação social. A todos os níveis. Dou um exemplo:
Energia limpa (energia ponto zero). Vários inventores desde 1901 têm criado mecanismos que produzem energia sem estarem alimentados pelos meios convencionais e conhecidos.
Neste site, http://www.rense.com/general72/oinvent.htm, pode consultar a história das supressões de inventores da Nova Energia.
A geração de energia com base na energia ponto zero, em 1901 com Tesla, poderia ter redireccionado a sociedade e o planeta numa direcção totalmente oposta à que temos hoje. E teve que ser um banco, J.P.Morgan, que já nessa altura, foi protagonista da 1ª supressão. Curioso, não?
Quando eu abordo este tema com família e amigos, além de acharem que não estou bem da cabeça, não os vejo minimamente “intrigados”, ou interessados em saberem sobre algo que é a solução para a tão falada sustentabilidade e saúde do nosso planeta. E os poucos, muito poucos que se deram ao trabalho de fazerem alguma pesquisa, rematam que não se consegue lutar contra as grandes corporações, grupos económicos que controlam a energia suja que usamos.
O Ser Humano tem que saber quem está acima dos governos locais e quem os manipula descaradamente. Sem se conhecer esta realidade, continua-se nesta batalha caseira, que é sem dúvida importante e tem de ser combatida, que além de nos retirar a vontade de respirar, acaba por nos distrair dos actores globais que estão no topo da pirâmide. Estes actores,que, por andarmos quase um século a dormir e fascinados com o dinheiro fácil, criaram o seu império, e detêm hoje o controlo total dos sistemas financeiros, alimentar, educacional, energético e da saúde.
Esta insensibilidade das pessoas para este e outros temas de tão grande importância é fruto do silêncio cúmplice da comunicação social que leva à, manipulação das massas. Assuntos que envolvam lobis são tabú e este da energia ponto zero é um deles. Por muito, mas mesmo muito menos do que isto, a discussão do assunto das rendas excessivas da EDP, levou à demissão do secretário de estado do sector, e os chulos chefiados pelo Mexia puderam continuar a dormir tranquilamente.
Os portugueses continuam um povo com graves índices de iliteracia e quando gasta uns cêntimos é nos jornais desportivos e nas revistas cor-de-rosa. A ‘manipulação social’ está desta forma prontíssima a actuar.
É este o retrato que faço como uma das causas da inacreditável passividade dos portugueses.
Um exemplo: Na Islândia está um ex-ministro a ser julgado por responsabilidade na crise económica do país, além de terem mandado o FMI às malvas. Estão a recuperar da crise e nós continuamos a descer para o abismo. Na Grécia corre um processo idêntico com um ex-governante. Em Portugal, deixamos os responsáveis pelo estado do país, "viverem à grande e à francesa"(literalmente) e a muitos deles continuam a ser-lhes entregues cargos de relevo, ou proporcionando negócios chorudos como o (PPP) para continuarem a sugar os contribuintes, que continuam a dizer ‘sim senhor ministro’. Estamos apáticos é certo...mas saberemos nós o quanto ao certo, nos custará esta apatia?


A crise segundo Einstein:

"Não podemos desejar ou pretender que as coisas mudem, fazendo sempre o mesmo. A crise é a melhor benção que pode acontecer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera-se a si mesmo sem ficar "superado".Quem atribui à crise os seus fracassos e penúrias, violenta o seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas em soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la." (Albert Einstein)


Glorioso!


Thursday, 2 May 2013

Já somos duas! :)


Coisas do Facebook

O meu amigo Nuno Dagarman, publicou no mural dele,esta imagem, fazendo uma comparação, como tantas outras que já vi, entre a alegada opulência em que vive o Papa, e a pobreza no mundo. Não fiquei indiferente à indignação do Nuno, nem tão pouco à crueza da imagem e por isso, aqui fica o comentário que lhe fiz e que penso ser talvez, alvo de algumas criticas por parte de quem me lê. Mas peço que me leiam e vejam esta questão de uma forma um pouco mais assertiva, ou menos temperamental , se quiserem. É um exercício difícil, eu sei, mas, lá vai:

"Esta , (depois de todas as que eu costumo ler em relação à politica e aos políticos),é talvez das criticas mais injustas que me passam pelos olhos. É óbvio que quando olhamos para uma imagem destas temos que nos chocar e pensar que não há nada de divino na forma como a igreja se comporta perante o mundo. E não há, de facto. A igreja ao longo dos séculos tem cometido tantos erros que eu dificilmente poderia ver num Papa, alguém que é um representante de Deus. ( segundo a minha forma de olhar para Deus, claro.) Contudo, insisto naquilo que me parece de injustiça, ao criticarmos a tão falada opulência do Vaticano versus pobreza no mundo. De que tipo de opulência falamos nós afinal? Julgo que é preciso clarificar esta questão. Referimo-nos à Basílica de S. Pedro, e à Capela Sistina? Bom, se nos referimos a isso, então eu posso argumentar, que não é o papa que vive na opulência, porque o Papa não vive aí, o papa vai aí, como qualquer um de nós pode ir, e relembrar que esses edifícios maravilhosamente ornamentados, foram assim construídos para, em consonância com a tradição cristã, honrar a Deus com os melhores materiais que a terra tem. O ouro é dos nossos bens mais preciosos. Penso que é normal, querermos (acreditando nisso) honrar o altíssimo com o que de melhor somos capazes. Se me rebateres o argumento dizendo que : " ah, mas Deus lá quer saber do ouro, ele está-se nas tintas para esse tipo de honrarias", sou levada a concordar contigo, porque efectivamente me parece que Deus não está minimamente interessado em metais preciosos. Ainda assim, não posso afirmá-lo convictamente, sob pena de ser muita presunção minha acreditar que conheço a natureza de Deus. Resta-nos portanto, os cómodos que o papa ocupa e o espólio de arte que a igreja detém. Veremos primeiro os aposentos do papa. Se procurares no google ( e convido-te a fazê-lo), facilmente descobrirás que o homem, que além de líder espiritual dos católicos e também (tal como um presidente da republica) é Chefe de Estado do Vaticano, não ocupa aposentos propriamente exuberantes. Tem um quarto com paredes nuas, brancas, uma cama, uma cómoda e um roupeiro. Um ambiente até bastante austero, para quem alegadamente vive no luxo. Claro que não são móveis do IKEA, como... olha, como os meus, mas o meu quarto é muito mais giro. Não troco, obrigada. :P passemos então ao espólio de arte que a igreja vem coleccionando ao longo dos séculos. Já ouvi inclusivamente quem defenda que a igreja devia era vender toda a sua arte e fazer chegar esse dinheiro aos pobres. Peço-te que sejas pragmático em relação a isto: Supondo que a igreja vende a sua arte, acabará com a pobreza no mundo? Não, pois não? Não. Infelizmente a pobreza é um flagelo permanente que existe e continuará a existir independentemente do que uma igreja possa fazer para acabar com ela. A pobreza é um buraco sem fundo,que poderá ser menos fundo, se todos nós globalmente, fizermos alguma coisa quanto a isso. Existe até uma passagem curiosa na Bíblia, em que Judas acusa Tiago de estar a esbanjar um óleo raro para untar os pés de Cristo e lhe pergunta: Porque não vendes antes o óleo e matas a fome aos pobres? Ao que Jesus, terá respondido: Se eu vender o óleo, mato a fome de quantos pobres e por quanto tempo? Penso que a mensagem de certa forma é: apesar de ser necessário agir, ajudando quem é mais frágil, se nos desfizermos do que temos para dar, então também nós ficaremos tão frágeis quanto quem nos pede ajuda e o mundo não ganhará mais um rico, ao contrário: ganhará mais um pobre. Quem ganha com isso? Termino este comentário que já vai longo, (desculpa :P) lembrando apenas mais duas coisas: Uma, é que, apesar de tudo o que se possa dizer sobre a opulência do Vaticano, ainda é a igreja católica quem mais faz pelo pobres em todo o mundo. ( não chega , nós sabemos, mas pelo menos a igreja faz .) Não é por certo a IURD que faz, ou a protestante, ou o islamismo, o induismo, o judaísmo, blábláblá...é a Católica. relembro as missões, os médicos sem fronteiras, o investimento no ensino, as misericórdias. E outra é que, para quem gostar (obviamente) da comparação ao tão místico mundo budista, ( já vi que te dizes budista, não quero ferir-te), trazido para a nossa civilização ocidental através das novas concepções religiosas e filosóficas da New Age, meu amigo, recomendo vivamente que voltes a procurar na internet, o palácio de Potala em Lhasa no Tibete, e vê com os teus próprios olhos a magnificência , o luxo em que vivia Sua Santidade o Dalai Lama ( que eu muito admiro), antes de se exilar na Índia. Desse luxo, ninguém fala. E olha que estamos a falar de um líder espiritual que vivia sim, na opulência, quando os seus próprios conterrâneos vivia (e vive), na mais absoluta miséria. E agora só a título de curiosidade, caso não saibas, talvez gostes de saber que um dos rituais sagrados e muito apreciados pelos nossos amigos pacifistas budistas, é a entrega ao seu Dalai Lama, da pele de crianças pequenas, que são esfoladas vivas para o efeito. É, segundo eles dizem, um ritual de purificação para celebrar a chegada do seu novo líder. Enfim, já me alonguei demais. Depois disto tudo, cheguei a informar-te que não sou católica e que abomino qualquer tipo de religião? Não? Bom, já disse. "

A pequenez de algumas coisas...

Querido Universo...Não. Isto não é uma banana da Madeira. :)


«Sem tirar nem pôr»

Por Alice Brito, advogada e dirigente do Bloco de Esquerda. O texto é uma crítica feroz às inefáveis afirmações de Ulrich, o presidente do banco BPI. Publicado no blog "Paradigma da Matrix" em Fevereiro deste ano, mas actual. Excelente texto. Vale a pena ler.





«Sei que a raiva não é boa conselheira. Paciência. Aí vai.

Havia dantes no coração das cidades e das vilas umas colunas de pedra que tinham o nome de picotas ou pelourinhos. Aí eram expostos os sentenciados que a seguir eram punidos com vergastadas proporcionais à gravidade do seu crime. Essa exposição tinha também por fim o escárnio popular. Era aí que eu te punha, meu glutão.

Atadinho com umas cordas para que não fugisses. Não te dava vergastadas. Vá lá, uns caldos de vez em quando. Mas exibia-te para que fosses visto pelas pessoas que ficaram sem casa e a entregaram ao teu banco. Terias de suportar o seu olhar, sendo que o chicote dos olhos é bem mais possante que a vergasta.

Terias, pois, de suportar o olhar daqueles a quem prometeste o paraíso a prestações e a quem depois serviste o inferno a pronto pagamento. Daqueles que hoje vivem na rua.

Daqueles que, para não viverem na rua, vivem hoje aboletados em casa dos pais, dos avós, dos irmãos, assim a eito, atravancados nos móveis que deixaram vazias as casas que o teu banco, com a sofreguidão e a gulodice de todos os bancos, lhes papou sem um pingo de remorso.

Dizes com a maior lata que vivemos acima das nossas possibilidades. Mas não falas dos juros que cobraste. Não dizes, nessas ladainhas que andas sempre a vomitar, que quando não se pagava uma prestação, os juros do incumprimento inchavam de gordos, e era nesse inchaço que começava a desenhar-se a via-sacra do incumprimento definitivo.

Olha, meu estupor, sabes o que acontece às casas que as pessoas te entregam? Sabes, pois… São vendidas por tuta e meia, o que quer dizer que na maior parte dos casos, o pessoal apesar de te ter dado a casa fica também com a dívida. Não vale a pena falar-te do sofrimento, da vergonha, do vexame que integra a penhora de uma casa, porque tu não tens alma, banqueiro que és.

Tal como não vale a pena referir-te que os teus lucros vêm de crimes sucessivos. Furtos. Roubos. Gamanços. Comissões de manutenção. Juros moratórios. Juros compensatórios, arredondamentos, spreads, e mais juros de todas as cores. Cartões de crédito, de débito, telefonemas de financeiras a oferecerem empréstimos clausulados em letrinhas microscópicas, cobranças directas feitas por lumpen, vale tudo, meu tratante. Mesmo assim tiveste de ser resgatado para não ires ao fundo, tal foi a desbunda. E, é claro, quem pagou o resgate foram aqueles contra quem falas todo o santo dia.

Este país viveu décadas sucessivas a trabalhar para os bancos. Os portugueses levantavam-se de manhã e ainda de olhos fechados iam bulir, para pagar ao banco a prestação da casa. Vidas inteiras nisto. A grande aliança entre a banca e a construção civil tornavam inevitável, aí sim, verdadeiramente inevitável, a compra de uma casa para morar. Depois os juros aumentavam ou diminuíam conforme era decidido por criaturas que a gente não conhece. A seguir veio a farra. Os bancos eram só facilidades. Concediam empréstimos a toda a gente. Um carnaval completo, obsessivo, até davam prendas, pagavam viagens, ofereciam móveis. Sabiam bem o que faziam.

Na possante dramaturgia desta crise entram todos, a banca completa e enlouquecida, sendo que todos são um só. Depois veio a crise. A banca guinchou e ganiu de desamparo. Lançou-se mais uma vez nos braços do Estado que a abraçou, mimou e a protegeu da queda.

Vens de uma família que se manteve gloriosamente ricalhaça à custa de alianças com outros da mesma laia. Viveram sempre patrocinados pelo Estado, fosse ele ditadura ou democracia. Na ditadura tinham a pide a amparar-vos. Uma pide deferente auxiliava-vos no caminho. Depois veio a democracia. Passado o susto inicial, meu Deus, que aflição, o povo na rua, a banca nacionalizada, viraram democratas convictos. E com razão. O Estado, aquela coisa que tu dizes que não deve intervir na economia, têm-vos dado a mão todos os dias. Todos os dias, façam vocês o que fizerem.

Por isso falas que nem um bronco, com voz grossa, na ingente necessidade de cortes nos salários e pensões. Quanto é que tu ganhas, pá?

Peroras infindavelmente sobre a desejável liberalização dos despedimentos.

Discursas sem pejo sobre a crise de que a cambada a que pertences é a principal responsável.

Como tu, há muitos que falam. Aliás, já ninguém os ouve. Mas tu tinhas que sobressair. Depois do “ai aguenta, aguenta”, vens agora com aquela dos sem-abrigo. Se os sem-abrigo sobrevivem, o resto do povo sobreviverá igualmente.

Também houve sobreviventes em Auschwitz, meu nazi de merda!

É isso que tu queres? Transformar este país num gigantesco campo de concentração?

Depois, pões a hipótese de também tu poderes vir a ser um sem-abrigo. Dizes isto no dia em que anuncias 249 milhões de lucros para o teu banco. É o que se chama um verdadeiro achincalhamento.

Por tudo isto te punha no pelourinho. Só para seres visto pelos milhares que ficaram sem casa. Sem vergastadas. Só um caldo de vez em quando. Podes dizer-me que é uma crueldade. Pois é. Por uma vez terás razão. Nada porém que se compare à infinita crueldade da rapina, da usura que tu defendes e exercitas.

És hoje um dos czares da finança. Vives na maior, cercado pelos sebosos Rasputines governamentais. Lembra-te porém do que aconteceu a uns e ao outro.»

"Who is John Galt?"



Já tive o prazer de ver grandes filmes. Este de que vou falar agora não é um grande filme do ponto de vista cinematográfico. Não tem um elenco de actores conhecidos do grande público, não tem o apoio de um deslumbrante painel de efeitos especiais, não tem sequer uma grande fotografia. Mas tem uma grande estória: uma sequela baseada no romance de Ayin Rand. Este Atlas Shrugged, pode não levar ninguém numa viagem vertiginosa ao centro do universo, mas vai de certeza obrigá-lo a perguntar muitas vezes: "Who is John Galt?"
Recomendo. ;)