Amy Winehouse foi uma figura de tragédia. Ela encarnou a figura do talento prodigioso que raramente aproveita as oportunidades que tem para ser o que merece: uma estrela amada. Amada pela sua voz, amada pelo seu timbre verdadeiramente ‘soul’, até amada pelos seus desastres.
Houve talentos desses consumidos pelas drogas e pelo álcool, destruídos pela fama e pela má-sorte. Mas Amy Winehouse foi uma espécie de Sísifo que não consegue transportar até ao cume da montanha o peso extraordinário da sua vida.
Caíu demasiadas vezes devorada pelos seus fantasmas ou pelo álcool, o que começou a ser um excesso, até mesmo para os seus fãs mais adolescentes, como uma repetição da desgraça, uma espécie de drama aguardado com a irregularidade de uma coisa que já não seduzia nem impressionava.
Para mim,uma das vozes mais marcantes dos últimos anos.