Tuesday 30 June 2015

Uma entrevista ao Sonho de Cibele



Ana Cristina Pinto é natural do Cadaval, onde nasceu em 1970. Residiu durante alguns anos em Lisboa e no Luxemburgo e atualmente mora nas Caldas da Rainha. Foi jornalista e animadora de rádio. Dedica-se a traduções e à escrita enquanto copywriter e blogger.


1-Quando e como começou o seu gosto pela escrita?

Escrevo desde que aprendi a fazê-lo. Na escola, adorava escrever redacções complexas e extensas. Percebi que por isso tinha sempre alguns pontos extra quer pela imaginação, quer pela forma de escrita e como é óbvio, isso foi um excelente motivador. Nunca mais parei.


2- Qual o livro mais marcante que já leu até hoje?
“Deus Veio ao Afeganistão e Chorou” da jornalista iraniana Siba Shakib. É um livro muito realista, mas tem uma história incrível que me envolveu da primeira à última página.


3- Qual o seu escritor preferido dentro de cada género literário?
Eu gosto de todos os géneros literários e em cada um deles tenho vários autores de que gosto muito. José Cardoso Pires, José Luís Peixoto, Luís Miguel Rocha, José Rodrigues dos Santos, Miguel Esteves Cardoso e António Lobo Antunes, são os meus portugueses de topo. Cada um deles tem o seu lugar: romance, triller, e realismo. Estou a descobrir Inês Pedrosa e gosto bastante. Mas de facto, temos poucos autores no género fantástico em Portugal, e esse é sem dúvida o meu género favorito. Nesse campo, ganha G.R. Martim com as “Crónicas de gelo e fogo”, mas antes dele eu devorava Marion Zimmer Bradley. Quem não se recorda das “Brumas de Avalon”?


4- Já alguma vez se deparou com alguém a ler um livro escrito por si, por exemplo na praia, transportes públicos, etc.?
Já e adorei a sensação. É muito bom. Sinto-me plenamente realizada, até porque as críticas que me têm chegado deste livro, são mesmo muito boas.


5- Em 2015 escreveu "A Guardiã: O livro de jade do céu". Qual a sua inspiração para a escrita desse livro?
Inspirei-me inicialmente em várias coisas em que acredito e no que vejo à minha volta. Vivemos num mundo em que se perdeu muito da nossa espiritualidade, a nossa capacidade de sonhar e isso entristece-me um pouco. Acho que nós, autores temos a responsabilidade de resgatar um pouco desses sonhos perdidos e levá-los de volta ao leitor. Criar mundos alternativos em que as pessoas possam de facto refugiar-se de vez em quando para se “energizarem” de coisas boas, é um dever de quem escreve e está muito mais ao alcance de um escritor do género fantástico do que de um escritor realista. Temos essa vantagem. Já sabemos como o mundo é. Mas mostramos como torna-lo melhor.


6- Pode dizer se já tem novos projetos? Ideias para novos livros?

Sim, sem dúvida. Estou neste momento a trabalhar num conto que vai integrar a primeira Antologia da Capital Books, a editora que me acolheu, e ao mesmo tempo estou já a trabalhar no segundo volume da “Guardiã” e num triller que nada tem a ver com este primeiro livro, mas é um género de que também gosto muito e quero trabalhar nele. Ideias não faltam.