Entrevista a Ana Cristina Pinto autora de A Guardiã – O Livro de Jade do Céu
Ana Cristina Pinto é natural do Cadaval, onde nasceu em 1970. Residiu durante alguns anos em Lisboa e no Luxemburgo e atualmente mora nas Caldas da Rainha. Foi jornalista e animadora de rádio. Dedica-se a traduções e à escrita enquanto copywriter e blogger.
O Marcas de Leitura esteve à conversa com Ana Cristina Pinto autora de A Guardiã – O Livro de Jade do Céu
Obrigada pelas simpáticas e gentis palavras com que nos brindou e pelo tempo que nos dispensou.
1) Fale-nos um pouco de si?
Sou mãe. Sou jornalista, sou copywriter e mais uma data de outras coisas ligadas à escrita. Inclusive bloguer. Tenho blogues desde 2004, uns mais intimistas que outros, se bem que actualmente mantenho apenas um que me serve de escape para falar sobre o que me rodeia e expressar a minha opinião sobre o que vai acontecendo pelo mundo. Sou corajosa, determinada, aventureira, teimosa, mau feitio às vezes, risonha, (rio de tudo, principalmente de mim mesma), uma eterna optimista, romântica incurável e feliz. Sou sobretudo uma mulher feliz.
2) Como começou a sua paixão pelos livros e quando surgiu o gosto pela escrita?
Paixão pelos livros, desde sempre. Já em criança preferia livros a bonecas. A paixão pela escrita, tenho-a desde que aprendi a escrever. Daí ter optado pelo jornalismo e simultaneamente ter dedicado sempre, muito do meu tempo à escrita criativa.
3) Faz da escrita profissão?
Se falarmos do jornalismo, e da minha actividade enquanto copywriter, sim, faço. Enquanto autora de livros, talvez no futuro. Veremos.
4) De onde surgem os seus personagens, imaginação ou realidade?
De ambos. Os meus personagens são uma mistura de realidade com ficção, sempre.
5) Quantos livros já escreveu, qual o seu personagem favorito?
Este é na verdade o meu segundo livro escrito, mas o meu primeiro a ser publicado. O primeiro livro que escrevi, está ainda na “gaveta”, chama-se “ Espero por ti em Dezembro” e é bem provável que seja a minha segunda publicação.
6) Já alguma vez se deparou com pessoas a ler um livro seu? Se sim, qual a sensação?
Como este é primeiro livro a ser publicado, ainda não aconteceu. Mas creio que um dia destes acontecerá, e tenho a certeza de que a sensação será muito gratificante.
7) Quando está a escrever um livro partilha a história com alguém?
Claro! Chateio imenso os meus filhos e alguns amigos/amigas mais chegados. Peço-lhes opiniões sobre o que vou escrevendo e com base nelas vou tentando melhorar o que não estiver tão bem. Não mostro tudo, mas é importante para mim, perceber se os outros gostam. Afinal, se escrevo para que me leiam, a validação que vem do exterior tem sempre o seu peso.
8) Qual o seu autor e livro favorito, segue o género literário dele, ou adopta outro?
Eu tenho vários autores favoritos. Desde sempre, Harold Robbins, Siba shakib, Jeffrey Archer, Tolkien e George R.R.Martin(no género fantástico), e sempre, sempre os portugueses Lobo Antunes (adoro!), Fernando Pessoa, Miguel Torga, Natália Correia, Eça, claro, e os contemporâneos, Luís Miguel Rocha, José Rodrigues dos Santos, Inês Pedrosa, José Luís Peixoto, Miguel Esteves Cardoso…enfim… são muitos. “ Deus veio ao Afeganistão e chorou” da jornalista iraniana Siba Shakib, é muito provavelmente um dos meus livros favoritos. Quanto ao estilo literário, admito que talvez haja alguma influência de alguns deles, mas sigo o meu próprio estilo, que espero, seja realmente diferenciado.
9) Quando termina de escrever um livro, qual o sentimento?
Fico triste. Sinto saudades dos personagens. E se por um lado quero chegar ao fim rapidamente, por outro tento protelar o máximo que posso o dia em que escrevo o último capítulo. É por isso que no caso deste romance, “ A Guardiã- O Livro de Jade do Céu”, gostei tanto dos personagens que tenho que os trazer de novo à minha vida. O segundo livro desta saga, já está a ser preparado.
10) Como vê o momento actual da Literatura em Portugal?
Com alguma apreensão. Existem imensos autores em Portugal. São de facto tantos autores que quase me leva a acreditar, que já são mais os que escrevem livros do que os que compram livros. Acho que as editoras têm muita responsabilidade nisso. Especialmente as pseudo-editoras, que na verdade não passam de gráficas que querem lucrar à força com tudo o que aparece para publicar e depois deixam o autor completamente sozinho, com uma centena ou duas de exemplares que nunca vai conseguir vender. Está portanto a favorecer-se a quantidade em detrimento da qualidade. E isto é uma” faca de dois gumes”, se por um lado se dá mais oportunidades aos novos autores (o que é bom), por outro lado, confundem-se mais os leitores e os livreiros na hora de optar por um título/autor ou outro. E isso é mau. A acrescentar a isto, devo dizer que tenho imensa pena que ainda exista o tal estigma do “ se é português, não presta”. Uma das razões pela qual os grandes grupos editoriais são tão renitentes em apostar em novos autores nacionais, é precisamente porque os leitores olham sempre com alguma desconfiança para livros de autores portugueses. E não compram. Importamos mensalmente uma quantidade impressionante de títulos estrangeiros, cujos autores são francamente maus, e deixamos nas prateleiras das livrarias, excelentes autores portugueses. É uma pena. Uma realidade que é preciso mudar.
11) Como vê a divulgação dos bloggers literários?
Acho que é de louvar o trabalho que blogues como o Marcas de Leitura desenvolvem. É de certeza uma das muitas maneiras de mudar a tal realidade de que falava há pouco. É preciso aproximar os autores portugueses dos leitores, especialmente os novos autores que têm qualidade e que lutam por um lugar neste mundo literário. Esse é um trabalho que blogues como este, estão a fazer muitíssimo bem.
12) Quer deixar alguma mensagem especial aos seguidores do blog Marcas de Leitura?
Gostaria de dizer, antes de mais, que agradeço profundamente esta oportunidade que o Marcas de Leitura me deu para divulgar o meu trabalho. E já agora aproveitar para convidar os leitores deste blogue notável, para serem meus leitores também. “ A Guardiã- O Livro de Jade do Céu”, está aí. É um romance de ficção, com uma componente histórica muito forte, aliada à fantasia. Na verdade, este livro é como que um mundo alternativo que nos faz pensar na quantidade imensa de coisas que poderíamos/deveríamos mudar no nosso, de modo a torna-lo melhor. Acredito que é essa a grande missão de cada um de nós. Tornar este mundo melhor. Pensem nisso.
Para já fico-me por aqui e agradeço desde já a sua disponibilidade e simpatia, foi um prazer.
Muito obrigada Ana Cristina desejo-lhe os maiores sucessos!